Segundo eles, os atrasos vem ocorrendo desde o início deste ano. Em relação aos atendimentos, os profissionais fizeram revezamento, mantendo 30% dos trabalhadores em atividade durante a manhã. Em frente ao hospital, os funcionários colocaram faixas e usaram apitos para chamar a atenção das dificuldades financeiras da instituição.
O Beneficência Portuguesa tem cerca de 200 trabalhadores.Segundo o diretor jurídico do SindiSaúde-RS, Gilmar França, a situação é o reflexo de uma crise entre a direção do hospital e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que começou em maio do ano passado. Ele lembrou que existe em aberto um repasse de R$ 1 milhão da SMS. “Com esse pagamento poderíamos solucionar parte da crise e manter os salários dos funcionários em dia”, afirmou ele.
O presidente do SindiSaúde, João Menezes, ressaltou que na última crise financeira os salários dos funcionários atrasaram por mais de seis meses. Além disso, na época ocorreram três greves de trabalhadores, que quase provocaram o fechamento dos hospital. “Não podemos deixar que essa situação se repita. A greve somente traz prejuízos para a comunidade e aos trabalhadores”, destacou ele.
Conforme o presidente do hospital, Eraldo Martins, se não houver um acerto junto com a SMS a instituição corre o risco de fechar. “Reconhecemos as dificuldades e, infelizmente, dessa vez será mais difícil de quitar os pagamentos dos salários”, afirmou ele. O presidente ressaltou que a instituição manteve contato com a SMS para solucionar o impasse envolvendo o pagamento de 400 procedimentos.
Esses serviços totalizaram um repasse de R$ 1 milhão para o hospital pelo SUS. “Foram atendimentos realizados pela instituição, porém, que estão sendo questionados em algum ponto pela Secretaria”, afirmou ele, lembrando que a última conversa ocorreu no início do mês e ainda não houve uma posição da SMS. Além disso, o presidente destacou que a falta de pagamentos dos procedimentos causa problemas junto aos fornecedores.
Ele ressaltou que em alguns procedimentos da área de traumato-ortopedia foram utilizadas próteses, que ainda não foram pagas devido ao impasse. “Prestamos os serviços da maneira correta, porém, ficamos com as dívidas. Assim, a situação financeira somente será agravada”, alertou o presidente.
Além disso, ele destacou que ocorreu uma redução no número de procedimentos e consultas repassadas pela Prefeitura.De acordo com a SMS, não existem pagamentos em aberto. A secretaria informa que foram quitados todos os serviços que apresentados pela direção do Beneficência Portuguesa, respeitando a legislação.
Fonte: Mauren Xavier / Correio do Povo
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