Gilmar França

Gilmar França
A serviço da categoria!

domingo, 22 de novembro de 2009

A TARTARUGA EM CIMA DO POSTE

Na sexta-feira passada estive acompanhando a eleição que indicaria representante dos trabalhadores do hospital Conceição no final da apuração a categoria reconduziu o companheiro José Vidal para mais um mandatado.

Parabéns José, fizeste uma campanha propositiva, que privilegia a negociação, que busca as soluções das demandas com dialogo. Durante a tarde estive na lavandeira para ver o que está ocorrendo com as roupas que estão vindo da empresa terceirizada sem estar dobrada e ensacada.

Após uma reunião com a gerência de recursos humanos foi feito contado com a empresa para solucionar o problema. No final da noite ao abrir meus e-mails fui brindado com este texto e achei por bem divulgar para que vocês prestem bem atenção eleição e coisa séria não dá para brincar.

Enquanto suturava um ferimento na mão de um velho gari, cortada por um caco de vidro indevidamente jogado no lixo, o médico e o paciente começaram a conversar sobre o país, o governo e, fatalmente, sobre a Yeda.


O velhinho disse : “Bom, o senhor sabe…a Yeda é como uma tartaruga em cima do poste…”Sem saber o que o gari quis dizer,o médico perguntou o que significava uma tartaruga num poste.


E o gari respondeu:“É quando o senhor vai indo por uma estradinha, vê um poste e lá em cima tem uma tartaruga tentando se equilibrar.


Isso é uma tartaruga num Poste”.Diante da cara de interrogação do médico, o velho acrescentou:


“Você não entende como ela chegou lá; você não acredita que ela esteja lá; você sabe que ela não subiu lá sozinha; você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá; você sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá; você não entende por que a colocaram lá.


Então, tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá, e providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima definitivamente não é o seu lugar”.. Ajude a tartaruga a descer do poste!*”

EMPRESA NÂO PODE OBRIGAR EMPREGADO A VENDER FÉRIAS

A 10ª Turma do TRT-MG analisou o caso de um empregado que era obrigado a tirar apenas 20 dias de férias, vendendo os outros dez restantes, por imposição da reclamada, o que contraria o artigo 143 da CLT.

De acordo com esse dispositivo legal, a venda de um terço das férias deve ser uma escolha do trabalhador e não uma exigência da empresa. Diante da constatação da ocorrência dessa irregularidade, os julgadores mantiveram a condenação da empregadora ao pagamento em dobro das férias não concedidas no prazo legal, nos termos do artigo 137 da CLT.

Todas as testemunhas, inclusive a indicada pela empregadora, foram unânimes em afirmar que a reclamada “pedia” para que todos os empregados colaborassem vendendo dez dias de férias. Isso porque havia muito trabalho na empresa.

A prova testemunhal revelou que as férias eram tiradas de acordo com a demanda de serviço e que era muito raro um empregado tirar 30 dias de férias. Isso só poderia acontecer se a demanda fosse menor. Ficou comprovado, pelos depoimentos das testemunhas, que a grande maioria dos empregados cedia às pressões da empresa.

Ao analisar os recibos de férias do reclamante, a relatora do recurso, desembargadora Deoclécia Amorelli Dias, constatou que ele também tirava apenas 20 dias de férias, sendo obrigado a converter em dinheiro um terço do período de férias a que tinha direito.

A desembargadora explicou que a venda de um terço das férias deve ser uma opção do empregado, podendo o período ser convertido no valor da remuneração devida nos dias correspondentes, nos termos do artigo 143 da CLT.

Mas, conforme salientou a magistrada, essa prática não pode ser uma regra da empresa imposta a todos, como ocorreu no caso em questão. Assim, como ficou comprovado que a venda irregular das férias atendia ao interesse patronal, o que contraria a legislação trabalhista, os julgadores confirmaram a sentença.
06/11/2009Fonte: TRT 3

sábado, 21 de novembro de 2009

EMPRESA É CONDENADA POR RESTRINGIR USO DE BANHEIRO E BEBEDOURO

Por adotar condutas constrangedoras, como restringir a ida dos funcionários ao sanitário a duas ou três vezes ao dia, e em algumas ocasiões apenas com autorização do superior hierárquico, a empresa de Calçados Hispana Ltda. (sucessora da Calçados Azaléia) foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar indenização por danos morais a um grupo de trabalhadores que moveu ação por assédio moral.

A 7ª Turma do TST rejeitou recurso de revista da empresa ao concluir pela incompatibilidade das medidas com os direitos da personalidade, protegidos pela Constituição (artigo 5º, inciso X). Para o ministro Ives Gandra Martins Filho, relator do processo, no TST, a decisão do TRT20 (SE) foi acertada, uma vez que a Constituição considera invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, e assegura o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

A ação foi movida por um grupo de funcionários residentes em Aracaju (SE). Eles trabalhavam na linha de produção de calçados e informaram que, durante o contrato de trabalho, vivenciaram situações de constrangimento. As idas ao sanitário eram limitadas e, quando o superior hierárquico se encontrava presente, deveria consentir a saída.

As idas ao banheiro eram controladas pela substituição dos crachás: quando o funcionário ia ao banheiro, deixava o seu pendurado em vassouras e colocava um especial, sinalizando que fazia uso do sanitário. Segundo o relato, aconteceu de haver chefes que cronometravam essas idas e, se ultrapassassem os cinco minutos, iam buscar os funcionários.

Havia somente um crachá para cada setor, de modo que somente um empregado podia parar a produção para usar o banheiro. A situação chegou a tal ponto que eles ingeriam pouco líquido para não ter que ir ao banheiro. Ao mesmo tempo, havia também controle de saída para beber água.

O trabalho dos empregados muitas vezes era cronometrado: um supervisor, com o cronômetro na mão, se posicionava em frente ao empregado cuja produção não fosse considerada satisfatória e contava seu tempo. Caso as metas não fossem atingidas, eles eram chamados em mesa redonda, onde eram repreendidos, segundo eles, na frente de todos, com palavrões, xingamentos e ameaças de perda do emprego.

Muitos funcionários, em razão das pressões e falta de ergonomia no ambiente de trabalho, desenvolveram doenças ocupacionais e problemas psicológicos. Tais fatos foram, anteriormente, objeto de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, na qual a Hispana foi condenada por danos morais no valor de 240 mil reais, cabendo a cada funcionário o valor de 20 mil reais, mais 300 mil reais, a ser revertido ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) por danos morais coletivos.

A empresa foi condenada ainda a abster-se de adotar, no ambiente de trabalho, qualquer prática de constrangimento, coação e humilhação aos empregados. Na ação movida pelo grupo de trabalhadores, a empresa foi novamente condenada. A condenação foi mantida pelo TRT/SE, que concluiu existir nos autos provas suficientes para evidenciar o assédio moral e o terror psicológico vivenciados pelos funcionários, porque dependiam do emprego para o sustento de suas famílias.

Ao julgar recurso de revista da empresa, o ministro Ives Gandra destacou em seu voto que, independentemente dos motivos que justificariam o zelo pela produtividade, a empresa deveria observar critérios de razoabilidade, uma vez que é responsável direta pela qualidade das relações e do ambiente de trabalho, e adotar medidas compatíveis com os direitos da personalidade constitucionalmente protegidos. ( RR-1186/2007-004-20-00.5) EMPRESA.

EMPRESA QUE INSTALOU CÂMERAS NO BANHEIRO DOS EMPREGADOS É CONDENADA POR DANO MORAL

Mais uma empresa foi condenada por ter invadido a privacidade dos empregados com instalação de câmeras de filmagem no banheiro. Desta vez a empresa Peixoto Comércio, Indústria, Serviços e Transportes Ltda., de Minas Gerais, foi punida com pagamento de indenização de dano moral a um ex-empregado que reclamou que se sentiu ofendido com a instalação dos referidos equipamentos no banheiro que era utilizado pelos funcionários.

A sentença foi confirmada pela 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho. A intenção do empregador era “ter o total controle de horários de trabalho, das saídas dos empregados para uso de banheiros, bem como com a finalidade de intimidá-los”, concluiu o Tribunal Regional da 3ª Região, ao confirmar a sentença do primeiro grau.

O fato aconteceu em janeiro de 2001 e foi reclamado por um empregado que trabalhou na empresa por dois anos e meio, até meados de 2003. Ao argumento da empresa de que não houve divulgação de imagens que pudessem provocar constrangimento ou “abalo à moral” do empregado, porque as câmeras eram falsas, o ministro Walmir Oliveira da Costa, na sessão de julgamento, ressaltou que “o fato de não haver divulgação do evento danoso não significa desoneração da responsabilidade civil; ao contrário, se houvesse divulgação agravaria o dano e isso repercutiria na indenização – a divulgação é causa de agravamento”, explicou.

O ministro Lelio Bentes acrescentou que a “conduta da empresa extrapola os limites de seu poder de direção e, por si só, causa constrangimento ao empregado, com nítida violação do seu direito à intimidade”, como estabelece o artigo 5º, X, da Constituição da República. Seu voto decidindo por não conhecer o recurso da empresa foi seguido unanimemente pela 1ª Turma, de forma que ficou mantida a condenação. (RR nº 1263-2003-044-03-00.5 - com informações do TST).

MULTA SOBRE O FGTS:DIREITO È INDISPONIVEL NÂO PODE SER NEGOCIADO

É correta a anulação de acordo extrajudicial estabelecendo a renúncia, pelo trabalhador, à multa de 40% do FGTS a que tem direito quando de sua demissão? Para a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sim. Por isso, negou recurso de uma empresa que visava, exatamente, reverter esse entendimento.

Trata-se do caso de uma funcionária que, contratada pela empresa CNS Nacional Serviços, prestava serviços de limpeza e conservação no Hospital Universitário Antônio Pedro em Niterói (RJ). Com o fim do contrato do hospital com a CNS, foi oferecido à trabalhadora a possibilidade ser aproveitada nos quadros da nova contratada.

Contudo, para aceitassem a oferta, exigiu-se o desligamento da empresa anterior e a declaração de que abriria mão da multa de 40% do FGTS. Contra isso, e em busca de verbas rescisórias não pagas, a auxiliar ingressou com ação trabalhista. A 4ª Vara do Trabalho de Niterói declarou a nulidade do acordo.

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), por sua vez, ao analisar recurso da empresa, confirmou o mesmo entendimento, ou seja, manteve a nulidade do acordo. Insatisfeita, a CNS recorreu ao TST. Defendeu a validade pelo fato de o acordo ter sido precedido por assembléia e realizado com anuência e assistência de sindicato de Classe.

O relator do processo na Primeira Turma, ministro Walmir Oliveira da Costa, entretanto, considerou que, apesar de o Direito do Trabalho admitir a possibilidade de acordos entre empregados e empregadores (artigo 444 da CLT), nos quais se permite a obtenção de benefícios por meio de concessões mútuas, as cláusulas contratuais encontram limite na impossibilidade de se transacionar direitos indisponíveis.

Para ele, ficou claro que o acordo extrajudicial realizado pelas partes tinha por objeto a renúncia à percepção de multa de 40% do FGTS, que constitui direito indisponível assegurado pela Constituição da República no artigo 7º, I, motivo pelo qual o ajuste mostrou-se inválido. Assim, a Primeira Turma do TST acolheu por unanimidade o voto do relator e negou o recurso da empresa.AIRR-87283/2003-900-01-00.5
06/11/2009Fonte: TST

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um hospital não é uma esquina escura no meio da noite onde os psicopatas espreitam a espera de suas vítimas.



1. Marco Zero: Coletiva de imprensa


A idéia de uma coletiva de imprensa pressupõe alguns atores: De um lado os especialistas. Aqueles que querem explicar, descrever um fato em seus detalhes mais importantes. Pressupõem-se que eles devam satisfações a sociedade, sejam treinadores de futebol, burocratas, políticos ou cientistas. Devem satisfação porque sua atividade tem relação com os consumidores, com serviços pagos por impostos ou poderes determinados pelo voto. São todos encadeados ao senso comum por vínculos de risco que afetam a todo o coletivo. Nossas decisões e nossa vidas dependem de decidirmos no sentido do melhor comum possível. Por isso informação é fundamamental.

A informação é dirigida ao senso comum.  Mas seu efeito é o de reformar o senso comum e não de congelá-lo. Como a quantidade de informação aumenta constantemente a prestação de contas não para nunca. Não se vende mais jornal pelo fato de se refletir o senso comum . Ao contrário. A manchete precisa levar o leigo a conhecer, pois disso depende a vida de todos.


Então para questionar os especialistas os jornalistas, generalistas, devem se socorrer de fontes que lhes proponham as questões que possam ajudar o leitor, ouvinte, telespectador a conhecer. Mais do que saber, que pede o silêncio depressa demais, quer a última palavra muito cedo, o conhecimento se dá em processo de aprendizado e, portanto, qualifica melhor para a escolha. 


Não se trata de fazer juízo, de vir a saber para julgar. O que está em jogo são as escolhas que produzem mais ou menos bem comum. O julgamento emana do fechamento de questão. Do silêncio constrangedor frente ao mundo cada vez mais complexo em que nossa segurança não está na simplicidade de "saber" quem é "o" culpado, quem é a vítima, para em seguida dirigirmos o olhar ao escândalo da próxima celebridade. 


Então quando um jornalista pergunta ele o faz em nome do coletivo. Ele representa o senso comum que quer conhecer mais. Ele não reproduz o senso comum, ele o transforma sempre. E é por isso que nunca sentimos a mesma coisa diante de uma ignorância que se repete. Por que  a cada nova vez, há menos bem comum para partilhar e a moeda da ignorância, a miséria, aumenta.

Quando os diretores da ULBRA, da Secretaria Estadual da Saúde e da Secretaria Municipal da Saúde de Canoas chamaram a imprensa para uma coletiva observamos algumas coisas: 


a) Os entrevistados confraternizaram até certa altura da coletiva. Parabenizaram-se mutuamente pela "competência" e presteza deles no episódio;

b) Quando uma jornalista cedeu sua vez de perguntar ao representante do sindicato da categoria da suspeita os jornalistas não gostaram, mas os entrevistados também não. Ora, prestar contas não é fácil e um entrevistado sente-se tão bem quanto menos se expõe, lei-ase presta contas, durante uma coletiva;

d) Tudo parecia estar esclarecido muito rapidamente: Havia um culpado, vítimas e o ponto final, aquele que permite ao leitor virar a página para ir ler o setor de esportes.


2. A cobertura diária, a partir do merco zero:


Hoje,quatros dias depois da coletiva o que menos temos são certezas reconfortantes. Mais e mais questionamentos vão se interpondo. Os atores não se calam. Finalmente aparecem as questões - que se feitas na coletiva - teriam nos ajudado a conhecer melhor as condições reais que nos são oferecidas quando precisamos de um leito hospitalar. Vamos as questões:


O protocolo de segurança  no uso de medicamentos controlados  é muito rigoroso. Morfina não se compra na esquina. Dentro de um hospital todo o medicamentos só sai da farmácia para o posto de enfermagem mediante prescrição médica. Aqui segurança e eficiência nos gastos conjugam mais segurança para o paciente. 

Mas no caso da morfina é muito mais rigoroso o controle. Somente enfermeiros graduados podem ter sob sua guarda, durante o seu horário de trabalho e em quantidade controlada. Os Técnicos em Enfermagem podem administrar medicamentos controlados sob supervisão do Enfermeiro e este precisa checar ao final do palntão quantas doses foram usadas e contar junto com o colega que assume o próximo horário a quantidade de doses que estão disponíveis. 

Ou seja, é impossível  roubar medicação controlada dentro de um hospital sem que alguém o perceba a cada fechamento de plantão de seis horas durante o dia e de doze horas durante a noite. Como Vanessa ficou por tanto tempo com medicação a qual  não deveria ter acesso? Quem lhe deu a receita ou lhe forneceu ilicitamente tais substâncias?


Como a comissão de investigação do hospital ficou tanto tempo avaliando a qualidade da água se recém nascidos saudáveis não bebem água, apenas leite materno?


Porque o protocolo que diz que os enfermeiros devem supervisionar os procedimentos não é efetivado? Contenção de despesas?


Por que um delegado pode afirmar em apenas algumas horas que uma funcionária do hospital é psicopata e a equipe de saúde do trabalhador, a administração do hospital e os supervsiores do trabalho não conseguiam em dois anos e em duas instituições hospitalares? Ou bem um foi precipitado ou todos os outros negligentes.


Há evidentemente mais perguntas. Se houvessem dez jornais em Porto Alegre teríamos, certamente, dez coberturas diferentes. Pelo menos vimos que dois jornais tiveram uma abordagem diversa. Porém o senso comum foi refletido e não informado.  Muito ainda vai ser elucidado. 

Os trabalhadores da saúde querem ser ouvidos. O pico da curva no gráfico que o caso de Vanessa representa nos levará a refletir muito sobre como vivem os trabalhadores da saúde como um todo. Estes casos estremos podem nos orientar sobre como vai indo o cotidiano da maioria. Como contou Moacyr Scliar, na Zero Hora de hoje, sobre um cirurgião alemão que operou, estando doente mental, até a morte durante o período do Nazismo o caso de Vanessa pode nos dizer muito sobre o Brasil de hoje.


Histórias do bem e do mal, certo ou errado, cabem bem nos contos de fada. Para assustar criancinhas. O caso de Vanessa assusta pelas ilações que se pode fazer em relação as condições em que trabalham mais de 100 mil trabalhadores da saúde do nível somados as dezenas de milhares de profissionais de nível superior. Algo assim não acontece do nada. Há implicações sistêmicas que devem interessar a qualquer um que um dia precise de um hospital. E quem não o usa, seja ao nascer, seja ao morrer?



sábado, 14 de novembro de 2009

Uma série de erros causa tragédias evitáveis e não fatalidades



O grau de complexidade em um sistema é medido pela quantidade de variação possível dentro deste mesmo sistema. Em saúde temos inúmeras tarefas que precisam ser efetuadas por vários profissionais, com responsabilidades delimitadas dentro de um protocolo muito específico. Ou seja, um único resultado é esperado: o melhor possível para o paciente. No entanto inúmeras intercorrências podem comprometer a segurança do paciente e da equipe.

Desta forma, não é complexo apenas o procedimento médico em uma instituição de saúde. Fatores externos com a jornada de trabalho dupla ou em várias instituições, falha no monitoramento das condições psíquicas dos membros da equipe, salários em atraso e assim por diante. Tudo interfere no resultado final e é por isso que eu me pergunto:

A sociedade que tem tanta curiosidade para saber das causas de um desastre aéreo (que afetam alguns milhares de pessoas todos os anos no mundo) tem a mesma curiosidade para saber o que ocorre com os cerca de 200.000 trabalhadores, no RS e dos nove milhões de trabalhadores saúde em todo o país?

Nós pagamos seguros de saúde e impostos para termos um bom atendimento, seguro e de qualidade. Mas será que as distorções nas condições de trabalho não colocam o segurado em risco?

Vejamos: Há distorções que obrigam os médicos (que recebem cerca de 5 mil reais por uma jornada de 20 horas semanais) a terem vários empregos para manter seu padrão de vida. Há a distorção que obriga a maioria dos trabalhadores intensivistas da enfermagem a trabalharem por cerca de 800 reais por mês para uma jornada de 36 horas semanal. Há os trabalhadores com salários atrasados. Há os trabalhadores que fazem manutenção sem o equipamento e insumos adequados. Há a falta de monitoramento e controle em relação ao conjunto de riscos a que estão expostos os trabalhadores da saúde como um todo.

Precisamos lembrar a sociedade que o setor a saúde há alguns anos ultrapassou a construção civil em número de acidentes de trabalho. Precisamos lembrar a sociedade que o Conselho Federal de Medicina publicou pesquisa em que se constata que as doenças da população em geral são de maior incidência quando considerada somente a população de profissionais médicos. Pasmem, há clinicas especializada em tratar médicos dependentes de substancias psicoativas.

E principalmente, o ambiente hospitalar é como uma grande companhia de aviação. Quando as coisas saem erradas nunca é por uma única causa. Há sempre uma cadeia de eventos que se articulam para uma tragédia. O caso de Canoas não pode ser encerrado como se tratasse apenas de uma fatalidade que acometeu pelo menos 11 famílias.

Não há apenas um culpado. E se houver não será apenas alguém que a polícia diz ser doente. Convenhamos, não podemos pedir a sociedade que aceite isso: Que é um risco calculado. Um custo de operação do mercado em saúde. É preciso que a cadeia de recursos de inteligência que estão envolvidos no atendimento tenha tempo, pessoal e remuneração adequada para monitorar todo o processo. Um duplo olhar sobre o que se faz e sobre o como se faz em tempo real. Este é o protocolo. Por isto existe supervisão de enfermagem. 

Um importante cirurgião de transplantes de fígado propôs em entrevista a uma revista de circulação nacional há algumas semanas atrás que se gravem os procedimentos cirúrgicos. Correto. Este é o grau mínimo de segurança que se deve oferecer a quem se entrega nas mãos de burocratas e trabalhadores da saúde. Desta caixa preta das cirurgias sairiam muitas lições sobre o trabalho em saúde e as condições em que ele é praticado.

Um hospital não é uma esquina escura no meio da noite onde os psicopatas espreitam a espera de suas vítimas.

Negligências em série


O que tem acontecido nos casos noticiados de negligência, abuso e crime nas instituições de saúde no Brasil é absurdo. Vejamos o comparativo que repõe as devidas proporções:

Uma determina causa tem levado aviões a caírem. Os especialistas se reúnem em segredo. Começam a avaliar, um passo por vez, cada sinistro e levantam hipóteses para explicar as quedas. Para validarem ou refutarem as teorias que vão surgindo os técnicos aguardam novas quedas e assim, ao custo de sucessivas tragédias, vão tentando entender o que está ocorrendo.

O caso de Canoas, guardadas as proporções, tem o mesmo perfil do caso do auxiliar de enfermagem Edson Izidoro Guimarães, condenado pelos homicídios de vários pacientes internados no Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro.

Começaram a desconfiar da freqüência de óbitos em determinados turnos e plantões. Fizeram reuniões, estudaram e, por fim,descobriram que os óbitos ocorriam no horário de trabalho de um determinado profissional que poderia estar acometido de psicopatia ou auferindo ganhos financeiros por indicar uma ou outra funerária aos parentes do paciente. A polícia foi chamada e o profissional foi preso em flagrante. Depois de centenas de óbitos suspeitos.

Porque do primeiro caso ao décimo primeiro os pacientes não foram protegidos? Em aviação não haveria mais decolagens enquanto houvesse o risco. Porque aguardar parta dar um flagrante?
Fatalidade é encontrar um psicopata na rua. Ser atacado num lugar onde é impossível que se estabeleçam protocolos amplos e focados ao mesmo tempo para evitar uma tragédia.

Um hospital é por natureza o local onde estamos mais desprotegidos e completamente em mão de uma série de profissionais que precisam atuar com precisão em uma equipe multidisciplinar na qual todos os procedimentos são cruciais para a segurança do usuário/ cliente/ paciente.

Ao longo de 20 anos de profissão, sei de casos de falhas em equipamentos como aquecedores de água (para umidificadores de ar para respiradores) que simplesmente fizeram a água ferver quando deveriam apenas aquecê-la. Os índices de infecção hospitalar têm a ver com o rigor nos procedimentos de médicos e enfermeiros, mas também com a qualidade do trabalho de higienizadores, serventes que fazem a manutenção de janelas, etc.

Muita coisa acontece e a sociedade decide sem ter as melhores informações. O padrão de segurança em hospitais poderia ser similar ao da aviação, ou do sistema financeiro: São escolhas dessa natureza em uma sociedade democrática que precisam ser feitas.

Todos corremos os mesmos riscos em saúde. Não há uma reserva de profissionais para o setor privado. E em geral corremos de um lado para o outro o tempo todo. E rezamos para ter sorte.

Tecnica de enfermagem doente e presa por sedar bebês

Estive sábado pela manhã juntamente com o presidente da federação dos trabalhadores da saúde do rio grande do sul, Milton Kempfer, na entrevista coletiva chamada pela direção da ULBRA para ouvir o delegado, o diretor administrativo do hospital (Luciano) a diretora geral do hospital (Eleonora) a secretária municipal de saúde de canoas( Bete Colombo ) o secretario estadual de saúde (Osmar Terra).

A falas foram todas iguais a técnica é uma psicopata, com desvios de religiosidade, com problemas familiares, confusão mental, enfim uma doente.

Ressaltaram a eficiência da policia por ter preso e algemado a técnica de enfermagem, a secretaria de saúde de canoas deu os parabéns para a diretora do hospital, o secretario de saúde estadual disse na noite anterior a coletiva que tratava-se de uma psicopata uma pessoa doente.

Em momento algum pediram desculpas aos pais destas crianças , em momento algum explicaram como deixaram que uma trabalhadora com sérios e graves problemas permanecesse em atividades com recém-nascidos.

Por alguns momentos cheguei a pensar que está técnica de enfermagem fosse a mulher invisível ninguém conseguiu perceber nada, provavelmente ela não tinha supervisão?

Pelo amor de Deus, não me entendam mal não defendo eu nunca defenderei uma pessoa que tem este tipo de atitude. Este acontecimento lamentavél atinge a todos nós profissionais da saúde e só no estado somos 150.000 profissionais que trabalhamos dia e noite para aliviar a dor, recuperar a saúde, e devolver nossos pacientes para suas famílias e para seus empregos, para produzir e gerar riquezas para o pais.

O SINDISAUDE-RS e a federação da saúde tiveram que fazer muita força para poder se manifestar, mas foi só tecer uma critica ao secretario estadual de saúde do estado que pasmem grande parte da imprensa saiu em defesa do secretario dizendo que a fala era politica.

Pense meus caros trabalhadores de imprensa o secretario e um deputado federal licenciado foi nomeado secretario pela governadora e provavelmente irá concorrer novamente a deputado federal , e ter coragem de dizer que a fala do sindisaude e politica.

O SINDISAUDE-RS estará acompanhando este fato, com certeza a policia com a investigação que ainda não iniciou chegara ao culpado ou culpada, mas tenham certeza tem mais pessoas responsáveis pelo o que aconteceu, todos que estavam naquela mesa da entrevista coletiva sabem que este fato poderia ter sido evitado, ou pelo menos minimizados por isso que a fala do sindisaude-rs e da federação da saúde incomodou os presentes.

O sSINDISAUDE-RS tem ofícios protocolados na direção da ulbra sobre a coordenação de enfermagem nomeadas pela direção hospital nos questionamos os nomes destas pessoas mas obtivemos retornos que os nomes aprovação da direção do hospital.

domingo, 8 de novembro de 2009

O ELOGIO DA LENTIDÃO








Aos companheiros de lutas, Resolvi compartilhar com voces a matéria abaixo, bom proveito:


Em um comovente discurso durante a inauguração de uma biblioteca do MST, no interior de São Paulo, há pouco mais de três anos, o ensaísta e crítico literário Antonio Candido, já perto de completar 90 anos, ousou contrariar um dos clichês mais universais da nossa época:“Acho que uma das coisas mais sinistras da história da civilização ocidental é o famoso dito atribuído a Benjamin Franklin, ‘tempo é dinheiro’.


Isso é uma monstruosidade. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida, é esse minuto que está passando. Daqui a 10 minutos eu estou mais velho, daqui a 20 minutos eu estou mais próximo da morte.


Portanto, eu tenho direito a esse tempo; esse tempo pertence a meus afetos, é para amar a mulher que escolhi, para ser amado por ela. Para conviver com meus amigos, para ler Machado de Assis: isso é o tempo.


E justamente a luta pela instrução... é a luta pela conquista do tempo como universo de realização própria. A luta pela justiça social começa por uma reivindicação do tempo: ‘eu quero aproveitar o meu tempo de forma que eu me humanize’. As bibliotecas, os livros, são uma grande necessidade de nossa vida humanizada... o amor pelo livro nos refina e nos liberta de muitas servidões.”A psicanalista Maria Rita Kehl, que esteve em Porto Alegre esta semana como palestrante do seminário Fronteiras do Pensamento, já havia começado a escrever um ensaio sobre a relação entre o modo como vivemos neste comecinho de século 21 e a explosão do número de casos de depressão no mundo inteiro quando topou com a frase de Antonio Candido e teve um “clique teórico”.


No livro O Tempo e o Cão, lançado este ano pela editora Boitempo, a psicanalista desenvolve aquele “clique” mostrando que a pressa para tudo dos dias de hoje, o horror que temos a qualquer tipo de perda de tempo e o hábito recente de não nos desconectarmos do trabalho e das atividades ditas “produtivas” nem mesmo durante as férias estão produzindo o caldo onde a depressão se desenvolve.


A depressão, que pode ser definida, grosso modo, como falta de vontade para fazer qualquer coisa, seria uma espécie de reação psíquica ao excesso de coisas que somos cobrados a fazer o tempo todo (inclusive quando deveríamos estar apenas nos divertindo). O sujeito deprimido pula do trem em movimento da vida contemporânea e fica à margem dos acontecimentos – não por escolha própria, mas por falência geral da engrenagem interna que o faz funcionar no ritmo exigido.


.A falta de tempo para pensar na morte da bezerra, para ver a grama crescer, para namorar sem olhar para o relógio, tudo isso, e a sensação de que devemos sempre estar envolvidos em algo que vá servir para alguma coisa (nem que seja contar para os amigos do Orkut e do Twitter como vivemos a vida intensamente), estão criando a supremacia da vivência sobre a experiência.Enquanto a vivência produz sensações imediatas e passageiras, a experiência é o que nos transforma, porque tivemos tempo para absorvê-la e refletir sobre ela.Antonio Candido tem toda razão: tempo não é dinheiro, é o tecido da vida.

Não dá para guardar, deixar para os netos ou transformar em bens imóveis. É pessoal e intransferível, e deveríamos saber usá-lo sem culpa – até mesmo quando não estamos fazendo nada.




(Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 31.10.09 (sábado); pág. 02)

sábado, 7 de novembro de 2009

YEDA QUER TRANSFORMAR VILA NOVA EM HOSPITAL PENITENCIÁRIO



A governadora Yeda assinou, nesta sexta-feira, um convénio para repassar R$ 500 mil ao hospital vila nova. Conforme matéria de jornal local o convénio é para construção e reforma da ala de Internação, que terá a capacidade aumentada em mais 31 leitos prisionais. Para isso, serão investido R$ 485 mil na construção e 15 mil em reformas.

Bem agora vamos aos fatos está e mais uma construção e reforma que vai dar o que falar ( lembra da compra e a reforma da casa na vila jardim ).

Causa estranheza o repasse de dinheiro publico para investimento em uma propriedade particular, digo isso pois toda a população de Porto Alegre sabe que o predio do vila nova foi a leilão, foi arrematado e hoje pertence a um investidor da propria região.

O vila nova possui hoje 19 leitos que atende os pacientes oriundos do sistema carcerário do estado , também fruto de convénio que na epóca do governo Rigotto ficou quase 1 ano e meio sem nenhum repasse de verbas.

Assim com a disponibilização de mais 31 leitos reservados para a SUSEPE o vila nova passara a abrigar 50 apenados, outra questão que tem que ser levada em conta e a questão da segurança de funcionários , pacientes , e a população da região.

Estaremos atendos primeiro na questão do repasse dos valores, e segundo na questão da segurança pois e bem possível que continuem o mesmo numero de agentes penitenciarios que diga-se de passagem cumprem uma jornada de trabalho desumana.

CARDIOLOGIA DINHEIRO NO BOLSO DO TRABALHADOR

O processo ( n° 01628.004./92-4 ) que o sindisaúde-rs moveu contra a fundação de cardiologia já está em sua fase final. Neste processo a discussão se da em torno da base de calculo do adicional de insalubridade no periodo anterior a CF/88 ( piso nacional de salário ).

O hospital de Cardiologia deverá estar depositando o valor total do processo atualizado na próxima semana, em 30.09.2009 a dívida total atualizada era de R$ 136.164,64 .

O numero de trabalhadores contemplados nesta ação e de 136 que provavelmente estarão recebendo até o final do ano. O SINDISAÚDE-RS estará disponibilizando a relação com o nome dos substituidos no mural do sindicato que se encontra próximo ao cartão ponto no hospital.

O TEMPO E O SENHOR DA RAZÃO

Já dizia o poeta Ferreira Gullar:

A historia humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes presidenciais.

Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostibulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros nas esquinas.

Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição á vida, e só e justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não tem voz.

Os últimos acontecimentos em Santo Antonio da Patrulha me trouxe a lembrança o texto que transcrevi acima , ão transcrevelo lembrei a musica:

Na virada do século
Alvorada voraz
Nos aguardam exércitos
Que nos guardam da paz.

A face do mal
Um grito de horror
Um fato normal
Um êxtase de dor e medo de tudo

Medo de nada
Medo da vida
Assim engatilhada
Fardas e força
Forjam as armações
Farsas e jogos
Armas de fogo
Um corte exposto
Em seu rosto, amor

Nesse mundo assim
Vendo esse filme passar
Assistido ao fim
Vendo o meu tempo passar

Apocaliticamente
Como num clip de ação
Um "clic" seco,um revólver
Aponta em meu coração

O caso Morel, o crime da mala
Coroa-Brastel, o escândalo das joias
E o contrabando
Um bando de gente
Importante envolvida
Juram que não
Torturam ninguém
Agem assim
Para o seu próprio bem
São tão legais
São foras da lei
E sabem de tudo
O que eu não sei.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

AÇÃO 15 MINUTOS HOSPITAL CONCEIÇÃO

O processo nº 00863.2004.001.04.00.3 que o sindisaúde move contra o conceição teve seu alvará expedido o valor no entanto se refere ao deposito recursal e tem o valor de aproximadamente R$ 5.000,00.

Ainda não retiramos os valores tendo em vista que estamos aguardando o pagamento do valor principal da ação. ( falta a atualização mas em julho o valor era de R$ 3.020.545,00 ).

A vara da justiça do trabalho prometeu citar o HNSC em 04.11.2009, está informação pode ser conferida na internet, ou seja provavelmente será expedido mandado para pagamento do principal até o inicio da semana que vem.

O processo comtemplara em torno de 900 trabalhadores, o sindisaúde fará o possivel para efetuar o pagamento aos trabalhadores ainda este ano. Na semana que vem o sindisaúde fixará a listagem nos murais do hospital.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ainda sobre as Parcerias Público-Privadas.

Novamente usando o exemplo do Mãe de Deus e a Secretaia Municipal da Saúde de Porto Alegre, vamos analisar mais um abuso do recurso público, realisado em favor de uma marca empresarial privada. A confusão entre atividades de filantropia de uma empresa que tem interesses no mercado privado de saúde e a entidade eminentemente filantrópica deve ser alvo de investigação do Ministério Público, em nossa opinião.
 
Aos fatos:
 
Nos últimos anos a Marca Mãe de Deus tem entrado agressivamente no mercado de publicidade no Rio Grande do Sul. Temos avaliado a coincidência deste novo investimento da dita entidade filantrópica com a instituição do banco de horas em acordo coletivo entre o sindicato patronal e o SINDISAÚDE-RS. Aparentemente um significativo montante de recursos que estava contabilizado como custo com salários referentes ao pagamento de horas extras aos trabalhadores daquele complexo hospitalar tem sido remanejado para as contas de publicidade da marca Mãe de Deus.
 
Esta suspeita é mais grave se considerarmos que a gestão do hospital é suspeita de ter fraudado os registros do Banco de Horas, no sentido de não dar as folgas referentes as horas extras feitas pelos trabalhadores. O banco de Horas é duplamente prejudicial aos trabalhadores: de um lado porque paga em folga um valor que era devido em dinheiro, de outro, porque remunera uma hora trabalhada com outra de folga, sendo que o devido em dinheiro era acrecidos de 100 a 150% de adicional, conforme o turno, diurno ou noturno, em que a hora extra era realizada.
 
Mas o destino que este novo recurso, auferido do banco de horas, no qual há indícios de fraude generalizada, é investido em publicidade ilegitima. A filantropia realizada pelo hospital, como já demostramos, é financiada totalmente com recursos públicos. Além disso, o conteúdo da publicidade que é feita pelo hospital remete a marca Mãe de Deus uma série de benefícios públicos que são financiados pelo Sistema Único de Saúde, sendo estes os mais bem pagos pelo governo.
 
O exemplo mais chocante é a propaganda em que um ator fala como paciente de transplante agradescendo ao Mãe de deus pelo transplante que realizou. É caso para o Conselho Minicipal de Saúde recorrer ao CONAR - Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária.

 
O programa nacional de transplantes é o resultado da artuculação de vários serviços conveniados ao SUS. Todo o procedimento é pago com recursos públicos. Ou seja a sociedade é quem paga os transplantes e sustenta toda a cadeia de serviços que atuam na área. Nada pode ser mais ilegítimo do que vincular a uma marca privada, ainda que se pretenda filantrópica (coisa que sabidamente não é) a esta política de saúde que é um bem público.
 
Saúde: Nossa categoria conhece e respeita a lei!