Gilmar França

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

DEPOIS DO OPERARIO, UMA MULHER PRESIDENTE.

Mais de um terço do eleitorado brasileiro estaria disposto a eleger uma mulher.

Pela pesquisa do Ibope, dá para perceber um movimento feminino ainda não experimentado no Brasil: Serra e Ciro caíram, e houve ascensão de Dilma Rousseff ? de 17% para 25% ? e de Marina Silva ? de 8% para 10% ?, entre novembro e fevereiro. A soma das duas ultrapassa um terço do eleitorado disposto a votar em uma mulher para presidente. Ambas ministras do governo do operário.

Marina saiu, mas continua amiga do presidente. Em meio a uma avalanche de corrupção produzida por 90% dos políticos ? já que apenas 10% dos cargos são ocupados por mulheres ?, a eleição terá um ar renovado, lembrando a Penélope Charmosa na impagável Corrida Maluca.

Dilma pode ter absorvido os votos dos indecisos, já que houve oscilação, considerando que o percentual de quem não sabia em quem votar baixou de 12% para 9% e o percentual dos dispostos a não votar em ninguém (nulos e brancos) também caiu, de 13% para 11%.

A corrupção seria uma tendência masculina inarredável? Uma mulher passaria a imagem de imune às negociatas e jeitinhos produzidos pelos machos da política brasileira? A experiência pode indicar que não, ser ou não corrupto é apenas uma questão de caráter, formação familiar de princípios e honra, independente de gênero.

Ontem o candidato Ciro Gomes (PSB) teve o seu momento na TV, e veio com o já velho e conhecido discurso de pacificador, condenando o clima de fla-flu, que, segundo ele (esse filme é velho conhecido dos gaúchos), só faz mal ao Brasil. Para a elite política, não cabe fazer comparações entre os oito anos do FHC e os sete de Lula.

Como se isso não fosse a única fórmula de escolha. Uma terceira via seria o quê, então? A negação dos últimos quatorze anos? Esse discurso em tudo surge como oportunista, pois os números são hoje objeto de comparações, especialmente junto à imprensa especializada, interessada nos rumos do Brasil.

Na revista The Economist do último dia 17, em editorial intitulado ?Brazil Takes Off?, afirma que o País entrou definitivamente no cenário mundial como sede das Olimpíadas em 2016, destacando onde é contrário aos outros integrantes do chamado BRIC: ?Ao contrário da China, é uma democracia, ao contrário da Índia, não possui insurgentes, conflitos étnicos, religiosos ou vizinhos hostis.

Ao contrário da Rússia, exporta mais que petróleo e armas, e trata investidores estrangeiros com respeito?.

Ulalá! A revista edita uma série de números do antes e depois do governo Lula:

1) Risco Brasil ? FHC: 2.700 pontos; Lula: 200 pontos.

2) Salário Mínimo ? FHC: 78 dólares; Lula: 210 dólares.

3) Dólar ? FHC: R$ 3,00; Lula: R$ 1,78.

4) Dívida com o FMI ? FHC não mexeu; Lula pagou.

5) Universidades federais novas: FHC ? nenhuma; Lula: dez.

6) Extensões universitárias ? FHC: nenhuma; Lula: 45.

7) Escolas Técnicas ? FHC: nenhuma; Lula: 210.

8)Valores e reservas do Tesouro Nacional ? FHC: 185 bilhões de dólares negativos; Lula: 160 bilhões de dólares positivos.

9) Créditos para o povo-PIB ? FHC: 14%; Lula: 34%.

10) Indústria automobilística ? FHC: baixa de 20%; Lula: alta de 30%.

11) Câmbio ? FHC: fixo estourando o Tesouro Nacional; Lula: flutuante, com ligeiras intervenções do Banco Central.

12) Taxas de Juros SELIC ? FHC: 27%; Lula: 11%.

13) Mobilidade Social ? FHC: 2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza; Lula: 23 milhões.

14) Empregos ? FHC: 780 mil; Lula: 11 milhões.

15) Investimentos em infra-estrutura ? FHC: nenhum; Lula: 504 bilhões de reais previstos até 2010.

16) Mercado internacional ? FHC: Brasil sem crédito; Lula: Brasil reconhecido como investment trade?.

Fica claro o que os empresários, operários, investidores, produtores e donas-de-casa estarão escolhendo: avançar na direção muito bem revelada pela revista britânica ou retornar às condições do tempo dos tucanos no poder. Comparar é uma obrigação da racionalidade. Os dados acima constam da mais importante revista do capitalismo; não venham dizer que o editor é petista, menos ainda lulista. Ele é apenas bem informado. Sem rancores.

 
Fonte: Beatriz Fagundes ( Jornal O Sul )

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