Gilmar França

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sábado, 23 de abril de 2011

HOSPITAL SOFRE AÇÃO DE DESPEJO EM SP E PACIENTES SÃO REMOVIDOS

Advogado do dono do prédio fala em dívida de R$ 2 milhões de aluguel.
Trinta e oito doentes são retirados do Complexo Hospitalar Paulista.


No total, 38 pacientes devem deixar hospital na tarde deste sábado (Foto: Luciana Rossetto/G1)Trinta e oito pacientes eram retirados do Complexo Hospitalar Paulista, na Consolação, região central de São Paulo, na tarde desta quinta-feira (21), após o cumprimento de uma ação de despejo. A remoção teve início às 13h e deve durar até a noite.

Segundo Sayegh Neto, advogado dos proprietários do edifício de dez andares (todos ocupados pelo centro médico), os representantes do hospital não pagam aluguel desde outubro do ano passado. A dívida, segundo ele, chega a R$ 2 milhões.

Os representantes do Complexo Hospitalar Paulista foram ao local após tomarem conhecimento da ação, mas não quiseram falar sobre o caso.

Os pacientes eram levados para hospitais indicados pelas operadoras do convênio de cada um. A maioria foi para o Hospital Presidente, no Tucuruvi, Zona Norte da capital. As ambulâncias foram arcadas pelos proprietários do prédio, segundo Sayegh Neto.

O advogado diz que foram feitas várias negociações, mas os locatários não cumpriram os acordos. De acordo com ele, a ação foi expedida em 31 de março e a data de 21 de abril já havia sido estipulada para a desocupação caso não fosse feito o pagamento.


Rosana e Maurício, que têm parentes internados no hospital, reclamam da falta de informações

Susto

A corretora Rosana Lozano, de 51 anos, contou que a família tomou um susto ao saber do despejo quando chegou para visitar um paciente internado na unidade. "Meu pai está na UTI, mas não está recebendo o atendimento que precisa. É um desrespeito com os pacientes e com os parentes, porque nós não fomos avisados. Chegamos aqui e fomos surpreendidos com a notícia de que ele teria de ser transferido", disse.

Rosana afirmou que teme pela vida do pai enquanto a situação não é resolvida. Ela e os irmãos estão procurando vagas em outros hospitais, pois não querem levar o pai para o estabelecimento na Zona Norte. "O caso dele é muito delicado e queremos transferi-lo para um hospital que tenha condições de atendê-lo", afirmou.

O empresário Maurício Branco, de 42 anos, reclamava da falta de informações. "Fui informado do despejo por volta das 13h, quando cheguei aqui. Minha mãe está internada com a bacia quebrada e ainda não sabemos o que vai acontecer, porque o hospital não está ajudando a procurar outro lugar. O meu plano de saúde está sem sistema e os responsáveis pelo hospital não apareceram para conversar com ninguém."


Tatiane aguardava a transferência da avó, que
estava internada no hospital desde sábado (16)

A administradora de empresas Tatiane de Freitas contou que ficou preocupada quando chegou para visitar a avó e viu o tumulto de ambulâncias no local.

"Ficamos sabendo hoje [do despejo]. Eles disseram que foi comunicado com antecedência, mas eu não recebi nenhuma informação. Procuramos o convênio, que também não sabia de nada. Agora, estamos mais calmos, porque minha avó está bem, não é um caso grave", disse Tatiane, que terá a avó transferida para o hospital na Zona Norte.

"Minha avó foi internada no sábado passado. Se os donos do hospital já sabiam do despejo, como os advogados falaram para as famílias, eu não entendo porque aceitaram a internação", disse Tatiane.

Fonte: Portal Globo.com
Luciana Rosseto

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