A Organização das Nações Unidas está solicitando a todos os governos que façam gestões no sentido de que os trabalhadores possam dispor de um ambiente de trabalho saudável para desenvolver suas funções. Para isso, espera que campanhas sejam feitas a fim de sensibilizar os empresários para que eles adotem medidas preventivas e protetivas. Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a estimativa é que 60% das doenças não transmissíveis, como câncer, diabetes, problemas respiratórios e ocorrências de acidente vascular cerebral (AVC), poderiam ser evitadas com a redução dos fatores de risco. O dirigente da entidade prevê que, a se manterem as condições atuais, as ocorrências dessas patologias deverão aumentar significativamente até 2030, com maior incidência de doenças crônicas nos países da África, do Oriente Médio e do Sudeste da Ásia, onde esse aumento poderá ficar em torno de 50%.
Um outro dado trazido por Ban Ki-moon diz respeito ao fato de que essas moléstias referidas são as causas diretas da morte de um contingente em torno de 35 milhões de pessoas com idade inferior a 70 anos em todo o mundo. Em sua intervenção no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, ressaltou que isso não pode continuar acontecendo. Deixou claro que esse desafio precisa ser enfrentado com iniciativas eficazes e que os países emergentes precisam assumir suas responsabilidades. Considerou que se faz necessária uma ampla articulação entre os setores público e privado a fim de minorar os efeitos de relações de trabalho bastante precárias.
É contraditório que se possa imaginar um trabalhador que fez um grande esforço para se colocar no mercado de trabalho sem poder exercer suas funções de forma digna, arcando ainda com prejuízos para sua saúde. Além de obter uma vaga, é preciso que sua cidadania seja respeitada, pois o emprego aviltante não condiz com o que se espera de uma sociedade civilizada.
Editorial – Correio do Povo – 29/01/2011
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