A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve condenação do pagamento de indenização por danos morais pelo Carrefour Comércio e Indústria Ltda., no valor de R$ 5 mil, devido à revista periódica realizada em bolsa de ex-empregada. De acordo com o ministro Mauricio Godinho Delgado, relator do processo na Turma, ainda que, no caso, não tenha havido contato físico, a revista na bolsa expôs indevidamente a intimidade da empregada, justificando a indenização.
Com a decisão, a Sexta Turma manteve julgamento do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), que havia reduzido o valor da indenização imposta originalmente pela 9ª Vara do Trabalho de Curitiba de R$ 7 mil para R$ 5 mil. Valendo-se das provas testemunhais do processo, o juízo de primeiro grau apurou que, na época em que a autora da ação prestava serviço na empresa, as revistas eram feitas pelo segurança, que apanhava pessoalmente os pertences das bolsas, retirava-os e depois os recolocavam.
Embora a revista tivesse o objetivo de proteger o patrimônio da empresa, o juiz entendeu que essa proteção não poderia ser realizada em detrimento da violação da intimidade de seus empregados e à submissão cotidiana deles a constrangimentos públicos e privados (artigo 5º, incisos V e X, da Constituição da República). Há forma diversa de controlar eventuais furtos de mercadorias, como a utilização de um detector de metais, concluiu a sentença.
A empresa recorreu da decisão ao TRT alegando que não havia provas de danos no caso e que o valor era exorbitante. O Regional acolheu parcialmente o pedido, mantendo a condenação por dano moral, mas reduzindo a indenização, por entender que o valor fixado era exagerado, uma vez que a revista, embora pessoal, não era íntima. O novo valor, de R$ 5 mil, levou em conta também a condição econômica da empresa e a da empregada, cujo salário base era de R$ 402,00, e a gravidade da situação ofensiva.
Por fim, o Carrefour interpôs, sem sucesso, recurso de revista ao TST. A Sexta Turma negou-lhe provimento por entender que a revista diária em bolsas e sacolas, por se tratar de exposição contínua do empregado à situação constrangedora no ambiente de trabalho, extrapola os limites legais do poder fiscalizador do patrão.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho
Extraído de: Poder Judiciário de Santa Catarina - 2 horas atrás
Gilmar França
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
NÃO OS PERDOE : ELES SABEM O QUE FAZEM
Ao povo do Pinheirinho!
Para o governador, a culpa é da Justiça.
Para toda imprensa, a Justiça determinou, mandou, decidiu, despejou…
Para o Juiz que assinou a ordem, cumpriu-se a Lei e basta: Dura lex sede lex!
Para catedráticos cheirando a mofo, o Estado de Direito triunfou!
Para o Coronel que comandou, ordens são ordens!
Para o soldado que marchou sobre os iguais, idem!
Ei, Justiça, cadê você que não responde e aceita impassível tantos absurdos?
Não percebes o que estão fazendo com teu nome santo?
Em teu nome, atiram, ferem, tiram a casa e roubam os sonhos e nada dizes?
Tira esta venda, vai!
Veja o que estão fazendo em teu nome! Revolte-se!
E o pior dos absurdos: estão dizendo teus os atos do Juiz e do Poder que ele representa!
Vais continuar impassível?
E mais absurdos: estão te transformando em merdas de leis.
Acorda, vai!
Chama o povo, chama o Direito das ruas e todos os oprimidos do mundo e brada bem alto:
- Não blasfemem mais com meu nome! Não sou o arbítrio e nem a ganância! Não sou violenta, nem cínica e nem hipócrita! Não sou o poder, nem leis, nem sentenças e nem acórdãos de merda!
Diz mais, vai! Brada mais alto ainda:
- Eu sou o sonho, sou a utopia, sou o justo, sou a força que alimenta a vida, sou pão, sou emprego, sou moradia digna, sou educação de qualidade, sou saúde para todos, sou meio ambiente equilibrado, sou cultura, sou alegria, sou prazer, sou liberdade, sou a esperança de uma sociedade livre, justa e solidária e de uma nação fundada na cidadania e dignidade da pessoa humana.
Diz mais, vai! Conforta-nos:
- Creiam em mim. Um dia ainda estaremos juntos. Deixarei de ser o horizonte inatingível para reinar no meio de vós! Creiam em mim. Apesar da lei, do Poder Judiciário e das sentenças dos juízes, creiam em mim e não perdoem jamais os que matam e roubam os sonhos em meu nome, pois eles sabem o que fazem!
Gerivaldo Neiva é Juiz de Direito (BA) e membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD)
Para o governador, a culpa é da Justiça.
Para toda imprensa, a Justiça determinou, mandou, decidiu, despejou…
Para o Juiz que assinou a ordem, cumpriu-se a Lei e basta: Dura lex sede lex!
Para catedráticos cheirando a mofo, o Estado de Direito triunfou!
Para o Coronel que comandou, ordens são ordens!
Para o soldado que marchou sobre os iguais, idem!
Ei, Justiça, cadê você que não responde e aceita impassível tantos absurdos?
Não percebes o que estão fazendo com teu nome santo?
Em teu nome, atiram, ferem, tiram a casa e roubam os sonhos e nada dizes?
Tira esta venda, vai!
Veja o que estão fazendo em teu nome! Revolte-se!
E o pior dos absurdos: estão dizendo teus os atos do Juiz e do Poder que ele representa!
Vais continuar impassível?
E mais absurdos: estão te transformando em merdas de leis.
Acorda, vai!
Chama o povo, chama o Direito das ruas e todos os oprimidos do mundo e brada bem alto:
- Não blasfemem mais com meu nome! Não sou o arbítrio e nem a ganância! Não sou violenta, nem cínica e nem hipócrita! Não sou o poder, nem leis, nem sentenças e nem acórdãos de merda!
Diz mais, vai! Brada mais alto ainda:
- Eu sou o sonho, sou a utopia, sou o justo, sou a força que alimenta a vida, sou pão, sou emprego, sou moradia digna, sou educação de qualidade, sou saúde para todos, sou meio ambiente equilibrado, sou cultura, sou alegria, sou prazer, sou liberdade, sou a esperança de uma sociedade livre, justa e solidária e de uma nação fundada na cidadania e dignidade da pessoa humana.
Diz mais, vai! Conforta-nos:
- Creiam em mim. Um dia ainda estaremos juntos. Deixarei de ser o horizonte inatingível para reinar no meio de vós! Creiam em mim. Apesar da lei, do Poder Judiciário e das sentenças dos juízes, creiam em mim e não perdoem jamais os que matam e roubam os sonhos em meu nome, pois eles sabem o que fazem!
Gerivaldo Neiva é Juiz de Direito (BA) e membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD)
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Á PIOR DENTRE TODAS AS DROGAS
Todos os dias, acompanhamos o caos social, vivido por milhares de famílias, por causa dos efeitos causados pelas drogas, tanto para o dependente, quanto para os que o rodeiam.
Essas drogas são divulgadas e contabilizadas suas vítimas. O início do consumo se dá, pela busca da satisfação, geralmente começa pela álcool e o cigarro, depois vai avançando até chegar no CRACK. Mas existe uma droga muito mais antiga, que não é falada, destrói muito mais, mata muito mais, provoca desgraça em nações inteiras e ainda muitas vezes é reverenciada.
Igualmente começa pela busca da satisfação, mas quanto mais a pessoa vai conseguindo, mas esforço ela dispensa para conseguir mais e mais. Estou falando do dinheiro, essa invenção da antiguidade, criada para facilitar a troca e circulação de mercadorias.
Num primeiro momento, enquanto só satisfaz as necessidades básicas, como moradia, educação, saúde, alimentação, digamos até um rendimento máximo de 10 salários mínimos, ou cerca de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais), até pode ser salutar, mas daí pra cima a coisa complica. Já dizia uma velha musica, não confie em ninguém com mais de 30 cruzeiros, realmente, quando o ganho começa a ficar superior as necessidades, a satisfação de poder comprar coisas vai tomando conta, mais um apartamento, mais um automóvel, quem sabe um barco, um sítio, uma viagem ao estrangeiro, um avião e tudo mais que o dinheiro pode comprar.
No Brasil como no resto do mundo capitalista, o dinheiro manda, por isso a maioria da população ganha um salário mínimo, para ser mandada e poucos ganham a multiplicação do salário mínimo por 10, 20, 50, 80 e até 500 vezes, para que possam mandar. No Governo nós temos três poderes constituídos Executivo, Legislativo e Judiciário, os três são exercidos por pessoas bem remuneradas, portanto pessoas que já sentem a satisfação que o dinheiro proporciona, mas os poderes do Executivo e Legislativo são limitados, pois as pessoas precisam ser eleitas de quatro em quatro anos e tem possibilidades inúmeras de controles externos, já o Judiciário é absoluto, se você formou-se em direito e passou no concurso para juiz, sua vida esta resolvida para sempre, a princípio não precisaria mais se preocupar com dinheiro, apenas em fazer bons julgamentos.
Mas estamos falando de droga e sabe a história da satisfação, por isso, o judiciário é sem dúvida o poder mais atingido pela droga do dinheiro e certamente o que mais tem efeitos desastrosos sobre a população que necessita. Quem não lembra do LALAU e agora a divulgação dos salários de juízes e desembargadores do Rio de Janeiro e de tantas outras histórias. Vamos lançar uma Campanha Nacional, dinheiro essa droga precisa ser controlada, sugiro imagens das guerras e da fome no mundo, também sugiro uma campanha nacional acumulo de dinheiro isso precisa ter limite, nessa devemos mostrar o homem mais rico do Brasil que acumulou 70 bilhões de reais.
Milton Francisco Kempfer - Membro Comissão Diretiva Provisória FEESSERS
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Essas drogas são divulgadas e contabilizadas suas vítimas. O início do consumo se dá, pela busca da satisfação, geralmente começa pela álcool e o cigarro, depois vai avançando até chegar no CRACK. Mas existe uma droga muito mais antiga, que não é falada, destrói muito mais, mata muito mais, provoca desgraça em nações inteiras e ainda muitas vezes é reverenciada.
Igualmente começa pela busca da satisfação, mas quanto mais a pessoa vai conseguindo, mas esforço ela dispensa para conseguir mais e mais. Estou falando do dinheiro, essa invenção da antiguidade, criada para facilitar a troca e circulação de mercadorias.
Num primeiro momento, enquanto só satisfaz as necessidades básicas, como moradia, educação, saúde, alimentação, digamos até um rendimento máximo de 10 salários mínimos, ou cerca de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais), até pode ser salutar, mas daí pra cima a coisa complica. Já dizia uma velha musica, não confie em ninguém com mais de 30 cruzeiros, realmente, quando o ganho começa a ficar superior as necessidades, a satisfação de poder comprar coisas vai tomando conta, mais um apartamento, mais um automóvel, quem sabe um barco, um sítio, uma viagem ao estrangeiro, um avião e tudo mais que o dinheiro pode comprar.
No Brasil como no resto do mundo capitalista, o dinheiro manda, por isso a maioria da população ganha um salário mínimo, para ser mandada e poucos ganham a multiplicação do salário mínimo por 10, 20, 50, 80 e até 500 vezes, para que possam mandar. No Governo nós temos três poderes constituídos Executivo, Legislativo e Judiciário, os três são exercidos por pessoas bem remuneradas, portanto pessoas que já sentem a satisfação que o dinheiro proporciona, mas os poderes do Executivo e Legislativo são limitados, pois as pessoas precisam ser eleitas de quatro em quatro anos e tem possibilidades inúmeras de controles externos, já o Judiciário é absoluto, se você formou-se em direito e passou no concurso para juiz, sua vida esta resolvida para sempre, a princípio não precisaria mais se preocupar com dinheiro, apenas em fazer bons julgamentos.
Mas estamos falando de droga e sabe a história da satisfação, por isso, o judiciário é sem dúvida o poder mais atingido pela droga do dinheiro e certamente o que mais tem efeitos desastrosos sobre a população que necessita. Quem não lembra do LALAU e agora a divulgação dos salários de juízes e desembargadores do Rio de Janeiro e de tantas outras histórias. Vamos lançar uma Campanha Nacional, dinheiro essa droga precisa ser controlada, sugiro imagens das guerras e da fome no mundo, também sugiro uma campanha nacional acumulo de dinheiro isso precisa ter limite, nessa devemos mostrar o homem mais rico do Brasil que acumulou 70 bilhões de reais.
Milton Francisco Kempfer - Membro Comissão Diretiva Provisória FEESSERS
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FALTAM LEITOS NO SUS?
Muito se tem falado e escrito, nos diversos meios de comunicação, sobre a necessidade de abertura de novos leitos hospitalares, não só em Santa Maria onde moro, mas no Brasil como um todo.Como médico, há mais de 25 anos atuando em diversos segmentos de atendimento, fico a pensar se esta é de fato uma prioridade única e absoluta para a melhoria da assistência à saúde de nossa população.
A mim fica claro que muitas destas declarações são evidentemente carregadas de forte conteúdo demagógico, que visa, frequentemente, alavancar candidaturas às vésperas de eleições. Entretanto, se fizermos uma análise mais técnica e imparcial da situação (o que raramente tem tido espaço na mídia), veremos que o caos que impera no sistema de saúde de Santa Maria e do Rio Grande do Sul, não apenas na área pública, mas também no setor privado, tem raízes muito além da alegada falta de leitos hospitalares.
Uma distorção frequentemente apontada é de que houve uma redução à metade dos leitos hospitalares no Estado nos últimos 50 anos, o que, mesmo sendo verdade, não explica a precária assistência hoje prestada à população, já que esta redução ocorreu em todo o mundo (na Inglaterra eram 7 leitos por 1 mil habitantes em 1970, hoje são 2), na medida em que a melhoria das condições de vida e a evolução da medicina reduziram sensivelmente a necessidade real de hospitalizações, uma vez que as pessoas adoecem menos e a medicina e ciências afins curam ou tratam mais sem precisar do hospital.
Seguindo por esta linha e analisando os números oficiais do Atlas Sócio Econômico do RS e do IBGE, veremos que a oferta de leitos hoje na região de Santa Maria (4ª CRS) representa cerca de 3 leitos para cada mil habitantes, média absolutamente aceitável pelas diretrizes do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde e acima da média de leitos observada em diversos países do mundo desenvolvido, não necessariamente mais ricos do que nós, como Estado Unidos, Inglaterra, França, Espanha ou Portugal.
Então, se temos leitos em número no mínimo razoável, por que as filas nos hospitais e nas emergências? Por que macas nos corredores, com pacientes em condições desumanas?Porque o sistema de saúde da região segue penando pela ineficiência de gestão, onde o atendimento ambulatorial primário está sucateado, sem poder de resolução (faltam condições materiais, exames, medicamentos, além de profissionais) e sem o efetivo comprometimento de muitos de destes profissionais, que desvalorizados em seu trabalho, recebem como contrapartida, a falta de cobrança de resultados.
É sabido que um sistema ambulatorial realmente resolutivo, com estímulo e cobrança de produtividade, apoiado por um nível secundário organizado de especialidades, atende 90% das demandas de saúde de uma população, restando ao setor hospitalar (chamado nível terciário de assistência) apenas 10% desta demanda, para os quais a capacidade hospitalar já instalada na região deveria ser suficiente.Para os políticos, de todos os lados, vale mais a pena (rende mais votos!) comprar ambulâncias para levar crianças com uma simples escabiose (sarna) para Santa Maria, por exemplo, do que contratar e valorizar profissionais ou apoiar o pequeno hospital da sua comunidade.
Todos os dias, no PA Pediátrico do Hospital Universitário de Santa Maria, convivemos com encaminhamentos absurdos de problemas básicos que não deveriam precisar de um hospital de alta complexidade, onde tiram o lugar de muitos realmente necessitados deste tipo de assistência. O mesmo acontece com pacientes do próprio município que chegam ao hospital, com queixas comuns, muitas vezes agravadas após várias idas às unidades básicas da cidade, apenas porque no hospital não é preciso madrugar para tirar ficha, os exames são rápidos e a resolução, em geral, satisfatória.
Usando um exemplo regional, também que vale mais a pena aos políticos de Santa Maria abandonar o HUSM e a Casa de Saúde (que juntos poderiam ter quase 1 mil leitos) e apostar na jogatina de construirmos um Hospital Regional, cujo custo por leito superará, em muito, o custo por leito que por ventura fosse ativado nos hospitais já existentes. Sem falar nos leitos SUS do Hospital de Caridade, cuja novela se arrasta, com mínima participação e engajamento das forças políticas da região.
Por isso, acho importante tentar trazer este contraponto, por temer que esta inversão insana da lógica de nosso sistema de saúde se torna uma dessas crenças, que beneficie uns poucos em detrimento daqueles que realmente mais precisam deste sistema.
Jose Carlos Diniz Barradas
*Médico pediatra
FONTE: ZERO HORA DIA 26.01.12
A mim fica claro que muitas destas declarações são evidentemente carregadas de forte conteúdo demagógico, que visa, frequentemente, alavancar candidaturas às vésperas de eleições. Entretanto, se fizermos uma análise mais técnica e imparcial da situação (o que raramente tem tido espaço na mídia), veremos que o caos que impera no sistema de saúde de Santa Maria e do Rio Grande do Sul, não apenas na área pública, mas também no setor privado, tem raízes muito além da alegada falta de leitos hospitalares.
Uma distorção frequentemente apontada é de que houve uma redução à metade dos leitos hospitalares no Estado nos últimos 50 anos, o que, mesmo sendo verdade, não explica a precária assistência hoje prestada à população, já que esta redução ocorreu em todo o mundo (na Inglaterra eram 7 leitos por 1 mil habitantes em 1970, hoje são 2), na medida em que a melhoria das condições de vida e a evolução da medicina reduziram sensivelmente a necessidade real de hospitalizações, uma vez que as pessoas adoecem menos e a medicina e ciências afins curam ou tratam mais sem precisar do hospital.
Seguindo por esta linha e analisando os números oficiais do Atlas Sócio Econômico do RS e do IBGE, veremos que a oferta de leitos hoje na região de Santa Maria (4ª CRS) representa cerca de 3 leitos para cada mil habitantes, média absolutamente aceitável pelas diretrizes do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde e acima da média de leitos observada em diversos países do mundo desenvolvido, não necessariamente mais ricos do que nós, como Estado Unidos, Inglaterra, França, Espanha ou Portugal.
Então, se temos leitos em número no mínimo razoável, por que as filas nos hospitais e nas emergências? Por que macas nos corredores, com pacientes em condições desumanas?Porque o sistema de saúde da região segue penando pela ineficiência de gestão, onde o atendimento ambulatorial primário está sucateado, sem poder de resolução (faltam condições materiais, exames, medicamentos, além de profissionais) e sem o efetivo comprometimento de muitos de destes profissionais, que desvalorizados em seu trabalho, recebem como contrapartida, a falta de cobrança de resultados.
É sabido que um sistema ambulatorial realmente resolutivo, com estímulo e cobrança de produtividade, apoiado por um nível secundário organizado de especialidades, atende 90% das demandas de saúde de uma população, restando ao setor hospitalar (chamado nível terciário de assistência) apenas 10% desta demanda, para os quais a capacidade hospitalar já instalada na região deveria ser suficiente.Para os políticos, de todos os lados, vale mais a pena (rende mais votos!) comprar ambulâncias para levar crianças com uma simples escabiose (sarna) para Santa Maria, por exemplo, do que contratar e valorizar profissionais ou apoiar o pequeno hospital da sua comunidade.
Todos os dias, no PA Pediátrico do Hospital Universitário de Santa Maria, convivemos com encaminhamentos absurdos de problemas básicos que não deveriam precisar de um hospital de alta complexidade, onde tiram o lugar de muitos realmente necessitados deste tipo de assistência. O mesmo acontece com pacientes do próprio município que chegam ao hospital, com queixas comuns, muitas vezes agravadas após várias idas às unidades básicas da cidade, apenas porque no hospital não é preciso madrugar para tirar ficha, os exames são rápidos e a resolução, em geral, satisfatória.
Usando um exemplo regional, também que vale mais a pena aos políticos de Santa Maria abandonar o HUSM e a Casa de Saúde (que juntos poderiam ter quase 1 mil leitos) e apostar na jogatina de construirmos um Hospital Regional, cujo custo por leito superará, em muito, o custo por leito que por ventura fosse ativado nos hospitais já existentes. Sem falar nos leitos SUS do Hospital de Caridade, cuja novela se arrasta, com mínima participação e engajamento das forças políticas da região.
Por isso, acho importante tentar trazer este contraponto, por temer que esta inversão insana da lógica de nosso sistema de saúde se torna uma dessas crenças, que beneficie uns poucos em detrimento daqueles que realmente mais precisam deste sistema.
Jose Carlos Diniz Barradas
*Médico pediatra
FONTE: ZERO HORA DIA 26.01.12
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
JUSTIÇA PROÍBE DESCONTO DE PREVIDÊNCIA SOBRE TERÇO DE FÉRIAS
Decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) abre precedente para que trabalhadores exijam restituição dos valores pagos como contribuição previdenciária sobre o adicional de férias, que corresponde a 11% sobre um terço do salário. Os ministros entenderam que não incide a contribuição, porque ela não vai se converter em benefício aos trabalhadores.
O entendimento é da Segunda Turma do STJ, que acatou parte do recurso especial do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrafesc). O relator do caso, ministro Mauro Campbell Marques, reconheceu que o tribunal já teve decisões diferentes e adotou a posição do Supremo Tribunal Federal (STF).
O sindicato defendia o fim do desconto de 11% para servidores inativos e pensionistas, mas essa reivindicação não foi acatada. Para o Sintrafesc, o adicional de férias não está incluso no conceito de remuneração das leis 8.112/90 e 8.852/94, não alteradas pela Lei nº 9.783/99. Esse argumento foi aceito. Em 2006, a ministra Denise Arruda havia afirmado que não incide contribuição previdenciária sobre valores, ainda que permanentes, “que não se incorporam aos proventos da aposentadoria”, como adicional de férias e horas extras.
“Isso porque o sistema previdenciário vigente, a partir da Emenda Constitucional nº 20/98, encontra-se fundado em base rigorosamente contributiva e atuarial, o que implica equivalência entre o ganho na ativa e os proventos recebidos durante a inatividade”, explicou, na ocasião. Sob essa ótica, se o cálculo da aposentadoria não leva em conta a contribuição sobre as férias, não há equivalência.
O entendimento é da Segunda Turma do STJ, que acatou parte do recurso especial do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrafesc). O relator do caso, ministro Mauro Campbell Marques, reconheceu que o tribunal já teve decisões diferentes e adotou a posição do Supremo Tribunal Federal (STF).
O sindicato defendia o fim do desconto de 11% para servidores inativos e pensionistas, mas essa reivindicação não foi acatada. Para o Sintrafesc, o adicional de férias não está incluso no conceito de remuneração das leis 8.112/90 e 8.852/94, não alteradas pela Lei nº 9.783/99. Esse argumento foi aceito. Em 2006, a ministra Denise Arruda havia afirmado que não incide contribuição previdenciária sobre valores, ainda que permanentes, “que não se incorporam aos proventos da aposentadoria”, como adicional de férias e horas extras.
“Isso porque o sistema previdenciário vigente, a partir da Emenda Constitucional nº 20/98, encontra-se fundado em base rigorosamente contributiva e atuarial, o que implica equivalência entre o ganho na ativa e os proventos recebidos durante a inatividade”, explicou, na ocasião. Sob essa ótica, se o cálculo da aposentadoria não leva em conta a contribuição sobre as férias, não há equivalência.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
GOVERNO INVESTIRÁ R$ 7,6 BILHÕES EM CRECHES ATÉ 2014, DIZ DILMA
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira, no programa de rádio “Café com a Presidenta”, que vai destinar R$ 7,6 bilhões para a construção de seis mil escolas de educação infantil durante sua gestão.
As creches públicas são voltadas para crianças de zero a cinco anos. Dilma disse que pediu aos ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social maior articulação entre as ações voltadas para esse público.
A presidente ressaltou ainda a inclusão da vacina tetravalente (contra tétano, difteria, coqueluche, hepatite B e um tipo de meningite) no programa de vacinação do governo. A prevenção contra a poliomielite (paralisia infantil) também contará a partir de agora com vacina injetável, antes feita somente por via oral.
“A nova vacina contra a pólio será aplicada no Brasil a partir de agosto, nas duas primeiras doses. Ela é mais moderna e mais segura para os bebês. Os bebês vão continuar tomando as demais doses via oral. Nós vamos também continuar fazendo a campanha com o Zé Gotinha para manter a proteção de todas as crianças até cinco anos de idade”, afirmou.
Dilma Rousseff disse que há 22 anos o Brasil não registra um caso de paralisia infantil. “Mas a pólio ainda existe em 24 países. Como as pessoas viajam de um lugar para outro e podem trazer o vírus, precisamos manter nossas crianças protegidas”, explicou.
Fonte: Valor Econômico
As creches públicas são voltadas para crianças de zero a cinco anos. Dilma disse que pediu aos ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social maior articulação entre as ações voltadas para esse público.
A presidente ressaltou ainda a inclusão da vacina tetravalente (contra tétano, difteria, coqueluche, hepatite B e um tipo de meningite) no programa de vacinação do governo. A prevenção contra a poliomielite (paralisia infantil) também contará a partir de agora com vacina injetável, antes feita somente por via oral.
“A nova vacina contra a pólio será aplicada no Brasil a partir de agosto, nas duas primeiras doses. Ela é mais moderna e mais segura para os bebês. Os bebês vão continuar tomando as demais doses via oral. Nós vamos também continuar fazendo a campanha com o Zé Gotinha para manter a proteção de todas as crianças até cinco anos de idade”, afirmou.
Dilma Rousseff disse que há 22 anos o Brasil não registra um caso de paralisia infantil. “Mas a pólio ainda existe em 24 países. Como as pessoas viajam de um lugar para outro e podem trazer o vírus, precisamos manter nossas crianças protegidas”, explicou.
Fonte: Valor Econômico
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
SECRETÁRIO DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO MORRE SEM SOCORRO
Brasília - O secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, morreu às 5h30 de ontem, aos 56 anos. Após sofrer um infarto agudo do miocárdio quando estava em casa, na capital federal, ele teria sido levado aos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia. Mas, sem um talão de cheques em mãos, teria tido o atendimento negado. Ele era conveniado da Geap, plano não coberto pelos dois hospitais, segundo as centrais de atendimento. Quando chegou ao Hospital Planalto - o terceiro na busca por uma emergência -, o quadro já estava avançado e os médicos não conseguiram reanimá-lo. Duvanier era o responsável pela gestão de pessoas dos servidores públicos federais e o homem forte da presidente Dilma Roussef para liderar as negociações com sindicatos e demais entidades representantes do funcionalismo.
Procurado pelo Estado de Minas, o Hospital Santa Lúcia informou que o caso estava sendo avaliado pelo seu Departamento Jurídico. O Santa Luzia assegurou não ter qualquer registro da entrada de Duvanier na emergência. "Iniciamos um levantamento para verificar o assunto", assegurou Marisa Makiyama, diretora técnico assistencial do estabelecimento. O Hospital Planalto ressaltou que não se pronunciaria devido ao fim do expediente das pessoas responsáveis.O infarto ocorreu em plena campanha salarial de 2012, em um ano que os servidores ameaçam fazer uma greve generalizada de todas as categorias. Enquanto o governo bate o pé que o orçamento não comporta mais reajustes como os que foram oferecidos ao longo do segundo mandato do presidente Lula, quando vários sindicatos obtiveram ganhos acima da inflação, o funcionalismo não se conforma em ficar de mãos vazias. Em meio ao fogo cruzado, Duvanier era considerado pelos dois lados como o homem ideal para comandar as negociações."É uma perda irreparável, tanto para a gestão pública como para o sindicalismo", desabafou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Artur Henrique da Silva. Antes de entrar para o Ministério do Planejamento, Duvanier foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP), diretor da CUT estadual de São Paulo e assessor da Secretaria Geral da CUT nacional. No cargo de secretário de formação da CUT-SP, fundou e coordenou a Escola Sindical de São Paulo. Foi também chefe de gabinete da Secretaria de Gestão Pública da Prefeitura de São Paulo e assessorou a presidência da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).Ele iniciou a carreira no governo em junho de 2007, a convite de Lula, e foi reconduzido ao cargo na gestão de Dilma Rousseff. Em nota, a presidente ressaltou que Duvanier teve uma trajetória política destacada. "Sua inteligência, dedicação e capacidade de trabalho farão muita falta à nossa administração", afirmou ela. Muito abalada, a ministra do Planejamento , Miriam Belchior, lembrou que Duvanier simbolizava a política de recursos humanos do governo federal. O corpo foi velado ontem, no cemitério Campo da Esperança. No fim da tarde, foi transportado a São Paulo, onde será enterrado hoje, no Cemitério de Congonhas. Inquérito
A Polícia Civil do Distrito Federal abrirá inquérito para apurar as condições e o atendimento recebido por Duvanier Paiva nos hospitais. Se comprovado que houve negligência, os responsáveis poderão ser punidos. A exigência de cheque, cartão ou outros valores a título de caução, para pacientes que alegam possuir plano de saúde é expressamente ilegal, de acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor. Além disso, "o Código Civil protege o cidadão das cobranças abusivas no que é classificado como Estado de Perigo, que são essas situações extremas na qual o sujeito está defendendo a própria vida, como quando ele chega a um hospital buscando atendimento de emergência", enfatizou Joana Cruz, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Fonte: Jornal Estado de Minas
Procurado pelo Estado de Minas, o Hospital Santa Lúcia informou que o caso estava sendo avaliado pelo seu Departamento Jurídico. O Santa Luzia assegurou não ter qualquer registro da entrada de Duvanier na emergência. "Iniciamos um levantamento para verificar o assunto", assegurou Marisa Makiyama, diretora técnico assistencial do estabelecimento. O Hospital Planalto ressaltou que não se pronunciaria devido ao fim do expediente das pessoas responsáveis.O infarto ocorreu em plena campanha salarial de 2012, em um ano que os servidores ameaçam fazer uma greve generalizada de todas as categorias. Enquanto o governo bate o pé que o orçamento não comporta mais reajustes como os que foram oferecidos ao longo do segundo mandato do presidente Lula, quando vários sindicatos obtiveram ganhos acima da inflação, o funcionalismo não se conforma em ficar de mãos vazias. Em meio ao fogo cruzado, Duvanier era considerado pelos dois lados como o homem ideal para comandar as negociações."É uma perda irreparável, tanto para a gestão pública como para o sindicalismo", desabafou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Artur Henrique da Silva. Antes de entrar para o Ministério do Planejamento, Duvanier foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP), diretor da CUT estadual de São Paulo e assessor da Secretaria Geral da CUT nacional. No cargo de secretário de formação da CUT-SP, fundou e coordenou a Escola Sindical de São Paulo. Foi também chefe de gabinete da Secretaria de Gestão Pública da Prefeitura de São Paulo e assessorou a presidência da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).Ele iniciou a carreira no governo em junho de 2007, a convite de Lula, e foi reconduzido ao cargo na gestão de Dilma Rousseff. Em nota, a presidente ressaltou que Duvanier teve uma trajetória política destacada. "Sua inteligência, dedicação e capacidade de trabalho farão muita falta à nossa administração", afirmou ela. Muito abalada, a ministra do Planejamento , Miriam Belchior, lembrou que Duvanier simbolizava a política de recursos humanos do governo federal. O corpo foi velado ontem, no cemitério Campo da Esperança. No fim da tarde, foi transportado a São Paulo, onde será enterrado hoje, no Cemitério de Congonhas. Inquérito
A Polícia Civil do Distrito Federal abrirá inquérito para apurar as condições e o atendimento recebido por Duvanier Paiva nos hospitais. Se comprovado que houve negligência, os responsáveis poderão ser punidos. A exigência de cheque, cartão ou outros valores a título de caução, para pacientes que alegam possuir plano de saúde é expressamente ilegal, de acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor. Além disso, "o Código Civil protege o cidadão das cobranças abusivas no que é classificado como Estado de Perigo, que são essas situações extremas na qual o sujeito está defendendo a própria vida, como quando ele chega a um hospital buscando atendimento de emergência", enfatizou Joana Cruz, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Fonte: Jornal Estado de Minas
INTOXICAÇÃO DE SERVIDORES DA FUNASA PODE GERAR INDENIZAÇÂO
Os agentes de saúde pública da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) ativos ou aposentados, que apresentem sintomas de intoxicação com substâncias químicas usadas no combate a vetores de doenças como dengue, malária e febre amarela, poderão postular judicialmente o ressarcimento dos danos morais e materiais resultantes do exercício das atividades do cargo público.
Em certos casos, os danos à saúde decorrentes do contato com pesticidas e similares, durante a vida profissional, podem inclusive levar os servidores à aposentadoria por invalidez.
Estudos médicos apontam que o contato prolongado com essas substâncias gera alterações no sistema nervoso central, resultando em distúrbios sensoriais. As funções de equilíbrio e da atividade da musculatura involuntária, particularmente da respiração, são comprometidas. Além do mais, conforme o nível de intoxicação, também pode haver paralisias, lesões hepáticas e renais, arritmias cardíacas e dermatoses.
Fonte:WFM
Em certos casos, os danos à saúde decorrentes do contato com pesticidas e similares, durante a vida profissional, podem inclusive levar os servidores à aposentadoria por invalidez.
Estudos médicos apontam que o contato prolongado com essas substâncias gera alterações no sistema nervoso central, resultando em distúrbios sensoriais. As funções de equilíbrio e da atividade da musculatura involuntária, particularmente da respiração, são comprometidas. Além do mais, conforme o nível de intoxicação, também pode haver paralisias, lesões hepáticas e renais, arritmias cardíacas e dermatoses.
Fonte:WFM
CENTRAIS DE REGULAÇÃO SÃO UM FRACASSO
Quando acionados, serviços buscam vagas disponíveis nos hospitais do Estado e da Capital
Defendidas como uma das principais formas de se agilizar a internação de pacientes que necessitam de leitos em hospitais espalhados pelo Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, as centrais de regulação, sejam de leitos ou do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), tiveram suas eficiências postas em dúvida no ano passado, quando diversos casos envolvendo problemas de dificuldade em internações ganharam destaque na mídia.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Fernando Matos, não poupa críticas ao sistema. "As centrais de regulação são um fracasso. Tanto a de Porto Alegre quanto a do Estado. Elas não têm organização. Desde a área física até as condições de trabalho", afirma.
Para o médico, diversos problemas afetam o funcionamento das centrais. "É uma linha telefônica para atender a quatro, cinco médicos. Não existe radiotelefonia para comunicação com as ambulâncias. Não existem condições ergonômicas para o servidor aguentar um plantão de 12 horas. A estrutura física, os equipamentos e a quantidade de profissionais médicos necessários são insuficientes", enfatiza.
Segundo Matos, há muita demora na identificação de leitos disponíveis para internação. O presidente do Cremers afirma que, de outubro até meados de dezembro do ano passado, ocorreram dez mortes no Estado envolvendo deficiências das centrais. "Ou a regulação demorou a achar um leito, ou demorou a mandar uma ambulância, ou a ambulância que chegou era do tipo errado. Abrimos sindicâncias para investigar isso", observa.
Para a secretaria estadual, problema está no déficit de leitos
O diretor do Departamento de Assistência Hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Marcos Antonio Lobato, discorda da opinião do presidente do Cremers. Para ele, o problema não está nas centrais de regulação de leitos. "O problema está no sistema de saúde. Nos últimos dez anos, houve uma grande redução de leitos hospitalares. Se temos de regular leitos e temos uma redução deles, é claro que é muito mais difícil fazer isso, decidir quem vai para qual leito", afirma.
Para ele, a alternativa apontada pelo conselho para resolver o dilema é equivocada. "A solução não é aumentar a capacidade da regulação estadual ou municipal. A solução é abrir leitos hospitalares. O Cremers aponta a solução errada porque faz um diagnóstico errado", enfatiza Lobato.
Conforme o médico, em 2011, a SES abriu 220 leitos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, além de outros 40 leitos de UTI. Lobato admite que o número é insuficiente, mas ressalta que se isso viesse ocorrendo nos anos anteriores, a situação não seria tão delicada como é atualmente. Segundo ele, em 2010 o Estado repassou para os hospitais menos de R$ 70 milhões. Já em 2011, o valor teria subido para mais de R$ 200 milhões.
Lobato salienta que a visão comum sobre a organização das centrais de regulação é equivocada. "A central não tem de ser tão grande quanto o número de leitos. Ela tem de ser tão grande quanto o déficit de leitos. Se há o número certo de leitos e há uma adequação de fluxos, essa regulação é quase que natural. Se aumentarmos o número de leitos no Interior, por exemplo, é preciso regular menos leitos na Capital", diz.
O déficit de leitos no Rio Grande do Sul, de acordo com o diretor da SES, é de cerca de três mil. Uma das formas de amenizar o problema é investir na saúde básica, evitando que casos simples se compliquem e tenham de ser tratados em hospitais. Para fazer isso, a secretaria tem uma meta. "Queremos incentivar os municípios a terem uma maior cobertura de saúde da família, chegar a 70% da população. Hoje a cobertura no Estado é de 35%. Queremos dobrar o número de equipes de saúde da família, pois, então, não precisaríamos aumentar muito o número de leitos. Se dobrarmos essa cobertura, o déficit cai para 1,5 mil leitos", afirma.
O gestor não nega que há problemas na regulação estadual. Entretanto, segundo ele, se o serviço funcionasse perfeitamente, ele daria resposta às necessidades mais rapidamente, organizaria melhor a fila de espera. "Mas a fila continuaria existindo porque a oferta de leitos é inferior à demanda. Queremos trabalhar nos dois caminhos: melhorar a regulação e aumentar o número de leitos", conclui.
Regulação total deve começar em março em Porto Alegre
Para o secretário municipal-adjunto de Saúde de Porto Alegre, Marcelo Bósio, as críticas do presidente do Cremers são feitas em razão de desconhecimento. "Temos a adesão de todos os serviços de saúde da rede, tanto dos próprios quanto dos conveniados. Temos avançado com muito sucesso", destaca.
A regulação na Capital deve progredir nos primeiros meses deste ano. Atualmente, 40% dos leitos disponíveis na rede municipal são regulados pela secretaria. "Entre janeiro e fevereiro, com a integração dos sistemas dos hospitais com o da secretaria, passaremos a regular 100% dos leitos. Em março já teremos isso", enfatiza o secretário. Segundo ele, o Ministério da Saúde conheceu o sistema da Capital e cogitou, inclusive, adotá-lo como modelo para todo o País. "Isso é um indicativo de sucesso", diz.
Bósio observa que o processo de regulação ainda está em implantação, havendo muito ainda a se fazer. "É uma mudança de cultura. Uma quebra de paradigma nos fluxos de trabalho. Já conseguimos planejar ações com base nas filas de espera. Temos ajustes para trabalhar, o que é normal em qualquer sistema de gerenciamento."
Conforme ele, em 2010, a central regulou duas mil das 180 mil internações na Capital. Já em 2011, foram reguladas 90 mil internações. "Isso são ações concretas resultantes dos processos de informatização", afirma.
Fonte: Jornal do Comércio
Defendidas como uma das principais formas de se agilizar a internação de pacientes que necessitam de leitos em hospitais espalhados pelo Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, as centrais de regulação, sejam de leitos ou do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), tiveram suas eficiências postas em dúvida no ano passado, quando diversos casos envolvendo problemas de dificuldade em internações ganharam destaque na mídia.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Fernando Matos, não poupa críticas ao sistema. "As centrais de regulação são um fracasso. Tanto a de Porto Alegre quanto a do Estado. Elas não têm organização. Desde a área física até as condições de trabalho", afirma.
Para o médico, diversos problemas afetam o funcionamento das centrais. "É uma linha telefônica para atender a quatro, cinco médicos. Não existe radiotelefonia para comunicação com as ambulâncias. Não existem condições ergonômicas para o servidor aguentar um plantão de 12 horas. A estrutura física, os equipamentos e a quantidade de profissionais médicos necessários são insuficientes", enfatiza.
Segundo Matos, há muita demora na identificação de leitos disponíveis para internação. O presidente do Cremers afirma que, de outubro até meados de dezembro do ano passado, ocorreram dez mortes no Estado envolvendo deficiências das centrais. "Ou a regulação demorou a achar um leito, ou demorou a mandar uma ambulância, ou a ambulância que chegou era do tipo errado. Abrimos sindicâncias para investigar isso", observa.
Para a secretaria estadual, problema está no déficit de leitos
O diretor do Departamento de Assistência Hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Marcos Antonio Lobato, discorda da opinião do presidente do Cremers. Para ele, o problema não está nas centrais de regulação de leitos. "O problema está no sistema de saúde. Nos últimos dez anos, houve uma grande redução de leitos hospitalares. Se temos de regular leitos e temos uma redução deles, é claro que é muito mais difícil fazer isso, decidir quem vai para qual leito", afirma.
Para ele, a alternativa apontada pelo conselho para resolver o dilema é equivocada. "A solução não é aumentar a capacidade da regulação estadual ou municipal. A solução é abrir leitos hospitalares. O Cremers aponta a solução errada porque faz um diagnóstico errado", enfatiza Lobato.
Conforme o médico, em 2011, a SES abriu 220 leitos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado, além de outros 40 leitos de UTI. Lobato admite que o número é insuficiente, mas ressalta que se isso viesse ocorrendo nos anos anteriores, a situação não seria tão delicada como é atualmente. Segundo ele, em 2010 o Estado repassou para os hospitais menos de R$ 70 milhões. Já em 2011, o valor teria subido para mais de R$ 200 milhões.
Lobato salienta que a visão comum sobre a organização das centrais de regulação é equivocada. "A central não tem de ser tão grande quanto o número de leitos. Ela tem de ser tão grande quanto o déficit de leitos. Se há o número certo de leitos e há uma adequação de fluxos, essa regulação é quase que natural. Se aumentarmos o número de leitos no Interior, por exemplo, é preciso regular menos leitos na Capital", diz.
O déficit de leitos no Rio Grande do Sul, de acordo com o diretor da SES, é de cerca de três mil. Uma das formas de amenizar o problema é investir na saúde básica, evitando que casos simples se compliquem e tenham de ser tratados em hospitais. Para fazer isso, a secretaria tem uma meta. "Queremos incentivar os municípios a terem uma maior cobertura de saúde da família, chegar a 70% da população. Hoje a cobertura no Estado é de 35%. Queremos dobrar o número de equipes de saúde da família, pois, então, não precisaríamos aumentar muito o número de leitos. Se dobrarmos essa cobertura, o déficit cai para 1,5 mil leitos", afirma.
O gestor não nega que há problemas na regulação estadual. Entretanto, segundo ele, se o serviço funcionasse perfeitamente, ele daria resposta às necessidades mais rapidamente, organizaria melhor a fila de espera. "Mas a fila continuaria existindo porque a oferta de leitos é inferior à demanda. Queremos trabalhar nos dois caminhos: melhorar a regulação e aumentar o número de leitos", conclui.
Regulação total deve começar em março em Porto Alegre
Para o secretário municipal-adjunto de Saúde de Porto Alegre, Marcelo Bósio, as críticas do presidente do Cremers são feitas em razão de desconhecimento. "Temos a adesão de todos os serviços de saúde da rede, tanto dos próprios quanto dos conveniados. Temos avançado com muito sucesso", destaca.
A regulação na Capital deve progredir nos primeiros meses deste ano. Atualmente, 40% dos leitos disponíveis na rede municipal são regulados pela secretaria. "Entre janeiro e fevereiro, com a integração dos sistemas dos hospitais com o da secretaria, passaremos a regular 100% dos leitos. Em março já teremos isso", enfatiza o secretário. Segundo ele, o Ministério da Saúde conheceu o sistema da Capital e cogitou, inclusive, adotá-lo como modelo para todo o País. "Isso é um indicativo de sucesso", diz.
Bósio observa que o processo de regulação ainda está em implantação, havendo muito ainda a se fazer. "É uma mudança de cultura. Uma quebra de paradigma nos fluxos de trabalho. Já conseguimos planejar ações com base nas filas de espera. Temos ajustes para trabalhar, o que é normal em qualquer sistema de gerenciamento."
Conforme ele, em 2010, a central regulou duas mil das 180 mil internações na Capital. Já em 2011, foram reguladas 90 mil internações. "Isso são ações concretas resultantes dos processos de informatização", afirma.
Fonte: Jornal do Comércio
INSS DISPENSARÁ PERÍCIA PARA LICENÇA DE 60 DIAS
Ainda no primeiro semestre de 2012, quem precisar de auxílio-doença por um período máximo de até 60 dias deverá ser dispensado da perícia médica em pelo menos cinco cidades do país. Na Região Sul, Santana do Livramento será uma delas.
Até agora, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) exige que o empregado com mais de 15 dias de atestado médico seja submetido ao exame para ter acesso ao seguro disponibilizado pelo governo.
A medida visa a acelerar o processo e desburocratizar o sistema, garante o presidente do INSS, Mauro Hauschild. A proposta deverá ser implantada de forma experimental e, no final de 2013, de forma definitiva em todo o país. Segundo Hauschild, o modelo não fará grandes modificações ao que já é realizado. O atestado de incapacidade para o trabalho passará a ser emitido pelo médico do empregado, que pode ser particular ou do Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das principais exigências, para evitar fraudes, é que o atestado médico terá de ser emitido eletronicamente à Previdência pelo médico, com o uso de certificação digital.
Para Hauschild, com a adoção do novo modelo, os peritos poderão se dedicar mais a atividades como revisão dos benefícios por invalidez e judiciais, vistoria de empresas e realização de laudos de insalubridade.
Fonte: Zero Hora
Até agora, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) exige que o empregado com mais de 15 dias de atestado médico seja submetido ao exame para ter acesso ao seguro disponibilizado pelo governo.
A medida visa a acelerar o processo e desburocratizar o sistema, garante o presidente do INSS, Mauro Hauschild. A proposta deverá ser implantada de forma experimental e, no final de 2013, de forma definitiva em todo o país. Segundo Hauschild, o modelo não fará grandes modificações ao que já é realizado. O atestado de incapacidade para o trabalho passará a ser emitido pelo médico do empregado, que pode ser particular ou do Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das principais exigências, para evitar fraudes, é que o atestado médico terá de ser emitido eletronicamente à Previdência pelo médico, com o uso de certificação digital.
Para Hauschild, com a adoção do novo modelo, os peritos poderão se dedicar mais a atividades como revisão dos benefícios por invalidez e judiciais, vistoria de empresas e realização de laudos de insalubridade.
Fonte: Zero Hora
Gasto das famílias com saúde foi maior do que o do governo
De acordo com o IBGE, o aumento dos gastos públicos e privados em saúde está diretamente ligado ao envelhecimento da população.
O gasto per capita da administração pública, que inclui as esferas de governo federal, estadual e municipal, em bens e serviços de saúde foi de R$ 645,27 em 2009, segundo o levantamento Conta-Satélite de Saúde 2007-2009, um detalhamento das contas nacionais, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a despesa per capita das famílias com saúde no mesmo período foi 29,5% maior, cerca de R$ 835,65. Embora as despesas com saúde aumentem ano a ano, a diferença permanece considerável entre os gastos privados e os gastos públicos.
Em 2008, o gasto per capita com saúde do setor público foi de R$ 566,43, enquanto o gasto privado por pessoa foi de R$ 758,21. Em 2007, a administração pública despendeu com saúde R$ 502,36 por pessoa, enquanto as famílias gastaram R$ 698,98.
De acordo com o IBGE, o aumento dos gastos públicos e privados em saúde está diretamente ligado ao envelhecimento da população. "A população vai ficando mais velha, usa mais serviços de saúde, porque as pessoas vivem mais", explicou Ricardo Montes Moraes, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Foi a primeira vez que o IBGE calculou a despesa per capita com saúde no País. A publicação teve uma edição anterior, referente ao período de 2005 a 2007, mas não continha esse tipo de comparação.
O estudo mostrou ainda que as famílias são responsáveis por 56,4% das despesas totais com saúde e o setor público por 43,6%. A distância era ainda maior em 2007, 58,2% a 41,8%, respectivamente, mas continua muito longe da proporção de países como Alemanha, França e Bélgica, onde o setor público responde por mais de 70% dos gastos em saúde.
De cada R$ 100 gastos pelas famílias com saúde, R$ 38,40 vão para remédios e outros bens, como aparelhos e instrumentos médicos; R$ 52,7 vão para serviços e R$ 8,90 para planos de saúde. Em 2009, os brasileiros gastaram R$ 60,2 bilhões em medicamentos e outros bens, R$ 82,8 bilhões no pagamento de serviços e R$ 13,9 bilhões em planos de saúde. Os dados mostram o aumento expressivo dos gastos com remédios, que passaram de R$ 48,8 bilhões em 2008 para R$ 56,1 bilhões em 2009. Os gastos com hospitais ficaram estagnados, enquanto houve grande crescimento dos pagamentos por serviços não hospitalares (consultórios, clínicas, laboratórios, exames), que passaram de R$ 49,8 bilhões para R$ 57 bilhões.
Já o setor público gastou R$ 6,3 bilhões (5%) em medicamentos distribuídos gratuitamente para a população, o que não inclui remédios aplicados em pacientes de hospitais e postos de saúde. O maior peso dos gastos públicos, de R$ 102,2 bilhões em 2009 (82,7%), foi aplicado em saúde pública (serviços de atenção à saúde, vacinação, postos de saúde, vigilância sanitária). Despesas com hospitais públicos e com pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a hospitais privados somaram R$ 14,9 bilhões (12,1%).
Fonte:O Estado de Sãp Paulo.
Daniela Amorim e Luciana Nunes Leal
De acordo com o IBGE, o aumento dos gastos públicos e privados em saúde está diretamente ligado ao envelhecimento da população.
O gasto per capita da administração pública, que inclui as esferas de governo federal, estadual e municipal, em bens e serviços de saúde foi de R$ 645,27 em 2009, segundo o levantamento Conta-Satélite de Saúde 2007-2009, um detalhamento das contas nacionais, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a despesa per capita das famílias com saúde no mesmo período foi 29,5% maior, cerca de R$ 835,65. Embora as despesas com saúde aumentem ano a ano, a diferença permanece considerável entre os gastos privados e os gastos públicos.
Em 2008, o gasto per capita com saúde do setor público foi de R$ 566,43, enquanto o gasto privado por pessoa foi de R$ 758,21. Em 2007, a administração pública despendeu com saúde R$ 502,36 por pessoa, enquanto as famílias gastaram R$ 698,98.
De acordo com o IBGE, o aumento dos gastos públicos e privados em saúde está diretamente ligado ao envelhecimento da população. "A população vai ficando mais velha, usa mais serviços de saúde, porque as pessoas vivem mais", explicou Ricardo Montes Moraes, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Foi a primeira vez que o IBGE calculou a despesa per capita com saúde no País. A publicação teve uma edição anterior, referente ao período de 2005 a 2007, mas não continha esse tipo de comparação.
O estudo mostrou ainda que as famílias são responsáveis por 56,4% das despesas totais com saúde e o setor público por 43,6%. A distância era ainda maior em 2007, 58,2% a 41,8%, respectivamente, mas continua muito longe da proporção de países como Alemanha, França e Bélgica, onde o setor público responde por mais de 70% dos gastos em saúde.
De cada R$ 100 gastos pelas famílias com saúde, R$ 38,40 vão para remédios e outros bens, como aparelhos e instrumentos médicos; R$ 52,7 vão para serviços e R$ 8,90 para planos de saúde. Em 2009, os brasileiros gastaram R$ 60,2 bilhões em medicamentos e outros bens, R$ 82,8 bilhões no pagamento de serviços e R$ 13,9 bilhões em planos de saúde. Os dados mostram o aumento expressivo dos gastos com remédios, que passaram de R$ 48,8 bilhões em 2008 para R$ 56,1 bilhões em 2009. Os gastos com hospitais ficaram estagnados, enquanto houve grande crescimento dos pagamentos por serviços não hospitalares (consultórios, clínicas, laboratórios, exames), que passaram de R$ 49,8 bilhões para R$ 57 bilhões.
Já o setor público gastou R$ 6,3 bilhões (5%) em medicamentos distribuídos gratuitamente para a população, o que não inclui remédios aplicados em pacientes de hospitais e postos de saúde. O maior peso dos gastos públicos, de R$ 102,2 bilhões em 2009 (82,7%), foi aplicado em saúde pública (serviços de atenção à saúde, vacinação, postos de saúde, vigilância sanitária). Despesas com hospitais públicos e com pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a hospitais privados somaram R$ 14,9 bilhões (12,1%).
Fonte:O Estado de Sãp Paulo.
Daniela Amorim e Luciana Nunes Leal
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
ENTREVISTA DE GILMAR FRANÇA NA RÁDIO GAÚCHA
Lasier Martins conversou com o Presidente do Sindisaúde-RS, Gilmar França. A
superlotação em emergências na capital é uma realidade até mesmo durante o
verão. Nesta segunda-feira o Hospital de Clínicas está com 140 pacientes
internados, a capacidade é de 49 leitos. No Hospital Santa Clara da Santa Casa,
são 12 leitos e há 27 pacientes. Ainda na Santa Casa, o Dom Vicentes Scherer,
que tem capacidade de 10 leitos, está com 12 internados. A emergência do
Conceição, que tem capacidade para 50 leitos, está com 157 internados. O motivo
disso é a defasagem de leitos de SUS. Segundo levantamento do Sindisaúde, de
2009 para 2012 reduziu em torno de 26% os leitos do SUS do Estado. A última
pesquisa do IBGE (2009) aponta um aumento de 455 leitos privados no RS, entre
2005 e 2009. De 2002 até 2005 sumiram 2600 leitos do SUS no Estado. O presidente
do Sindisaúde suspeita que existam irregularidades na distribuição de leitos no
Hospital de Clínicas.
superlotação em emergências na capital é uma realidade até mesmo durante o
verão. Nesta segunda-feira o Hospital de Clínicas está com 140 pacientes
internados, a capacidade é de 49 leitos. No Hospital Santa Clara da Santa Casa,
são 12 leitos e há 27 pacientes. Ainda na Santa Casa, o Dom Vicentes Scherer,
que tem capacidade de 10 leitos, está com 12 internados. A emergência do
Conceição, que tem capacidade para 50 leitos, está com 157 internados. O motivo
disso é a defasagem de leitos de SUS. Segundo levantamento do Sindisaúde, de
2009 para 2012 reduziu em torno de 26% os leitos do SUS do Estado. A última
pesquisa do IBGE (2009) aponta um aumento de 455 leitos privados no RS, entre
2005 e 2009. De 2002 até 2005 sumiram 2600 leitos do SUS no Estado. O presidente
do Sindisaúde suspeita que existam irregularidades na distribuição de leitos no
Hospital de Clínicas.
OUÇA TAMBÉM A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA:
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
AUMENTAM AS CHANGES DE ATENDIMENTO A QUEM ESPERA POR UM TRANSPLANTE DE PULMÃO
De todos os transplantes, o de pulmão é o mais complexo e a grande dificuldade está na captação dos órgãos.
São Paulo - O primeiro transplante de pulmão no Brasil com órgão que passou por um processo de regeneração deve ser feito a qualquer momento pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Para isso, basta que apareça um órgão doado por paciente com morte cerebral.
Para o procedimento, já foram vencidos todos os trâmites necessários à adoção da técnica desenvolvida na Suécia, bem como já foi dada a autorização pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Com esse avanço da medicina brasileira, surge um novo alento a 140 pacientes de todo o país que precisam receber um pulmão novo para continuar vivos. Metade desse universo está na fila de espera do InCor. “A nossa expectativa é que possamos aumentar o número de transplantes de pulmões e, consequentemente, beneficiar o maior número de pacientes que estão aguardando na fila de espera. Infelizmente, nós perdemos uma parte expressiva desses doentes por não conseguir o órgão”, revelou o diretor do Programa de Transplante de Pulmão do InCor, Fábio Jatene.
Ele prevê que, com a nova técnica, a média atual de intervenções, entre duas a três por mês, poderá dobrar no médio prazo. Por ano, são feitos em torno de 20 transplantes, podendo chegar, numa primeira etapa depois da nova técnica, a 40 casos. Jatene explicou que, ao serem incluídos na lista dos pacientes passíveis de serem os receptores, esses pacientes têm chance de viver por mais dois ou três anos. Com a cirurgia, há uma sobrevida média entre 70% a 75% dos casos em sete anos, além de uma sensível melhora da qualidade de vida.
De todos os transplantes, o de pulmão é o mais complexo e a grande dificuldade está na captação dos órgãos. Apenas entre 5% a 10% das doações são de fato aproveitadas porque o pulmão se deteriora muito rapidamente e está mais sujeito a contaminações pelo contato com o exterior. Do total de cerca de 90% rejeitados, estima-se que 30% possam passar pelo processo de regeneração.
Jatene acredita que, em pouco tempo, essa técnica possa ser levada para os demais centros médicos que hoje fazem os transplantes de pulmão no país. São ao todo três: o de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, responsável pela primeira cirurgia de transplante de pulmão da América Latina, em 1989; o de Minas Gerais e o de Fortaleza, no Ceará.
O cirurgião observou que os profissionais do InCor foram estudar a nova técnica na Suécia, há cerca de oito anos, na mesma época em que um grupo canadense de médicos foi aprender como era feita a recuperação do pulmão para implante no receptor. No Canadá, a técnica já é adotada e a experiência bem sucedida soma 30 cirurgias com órgão recuperado.
A técnica consiste na utilização de uma solução líquida introduzida, lentamente, por meio de cânulas na artéria e na veia pulmonar como forma de reduzir ou eliminar o edema, o inchaço, que impede a troca gasosa do organismo e é um dos principais obstáculos ao aproveitamento do pulmão retirado de um paciente com morte encefálica. O medicamento faz, assim, uma espécie de higienização do órgão.
“Do lado dos vasos pulmonares, existem alvéolos que são inundados e, à medida se consegue uma solução que atraia o líquido de volta, você seca o alvéolo. Se a solução for interosmolar, ela consegue atrair e reabsorver o líquido e, com isso, reduzir o edema”, esclareceu Jatene, lembrando que esse edema não é só no alvéolo, mas no espaço em volta na área denominada de interstício.
“Se os pulmões tem boas condições, eles são utilizados para o transplante na hora da atuação. Mas existem casos em que esses pulmões não estão em boas condições. Na maior parte das vezes, por excesso de líquido, que nós chamamos de edemar pulmonar, ou por infecção. Nos casos de excesso de líquido, já se sabe que podem ser recondicionados, retirando o líquido”, esclareceu Jatene. Segundo ele, esse processo leva em média de duas a três horas.
Para a presidente da Comissão de Doença Pulmonar Avançada da Sociedade Brasileira de Pneumonologia e Fisiologia, Valéria Maria Augusto, a possibilidade de se efetuar essa restauração deverá ajudar a resolver “um problema muito grave que é a de tornar o pulmão viável para a doação”, um dos maiores entraves para um número maior de transplantes do órgão.
Ela explicou que 99,9% dos transplantes ocorrem a partir de uma doação obtida de uma pessoa com quadro de morte encefálica. “Quando chega o diagnóstico de morte encefálica, o órgão já está bastante afetado. E nosso critério de profilaxia para transplante é assim: se ele tem mais de 48 horas de tubo [paciente que foi entubado para a ventilação artificial]”. A entubação, segundo a médica, é um indício da probabilidade de infecção e, se isso se confirmar, a utilização do pulmão em questão já é descartada.
Segundo Valéria, mais da metade dos transplantes de pulmão são em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. O InCor informou que, dentre as enfermidades tratadas com essa intervenção, estão os casos de enfisema e fibrose pulmonar, além de hipertensão pulmonar e fibrose cística.
Fonte: Diario de Noticias
OITO A CADA 300 GESTANDES DO HU JÁ USARAM ALGUMA DROGA ÍLICITA
Consumo afeta não só o organismo, mas relações familiares.
Canoas - Efeitos devastadores, que começam nas vias aéreas e seguem em direção ao cérebro, destruindo não só o organismo como também a vida profissional e a estrutura familiar de quem usa. Estas são apenas algumas das consequências do crack.
O vício, no entanto, é ainda mais destruidor com as mães e as gestantes. Segundo dados do plano Crack, é possível vencer, lançado pelo Governo Federal em dezembro, os efeitos da droga durante a gestação podem ir desde a má nutrição até a ausência de cuidados pré-natais, uso de outras substâncias tóxicas e maior exposição a infecções e doenças.
E é na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Universitário da Ulbra que o problema tem chamado a atenção de profissionais da saúde. Para o especialista em Neonatalogia e coordenador da UTI Neonatal, Paulo Nader, dos 300 partos mensais realizados na instituição, em pelo menos oito as gestantes tiveram uso de alguma droga ilícita. “Muitos bebês nascem com síndrome de abstinência e apresentam sintomas como irritação, choro excessivo, tremores, sudorese e alteração de reflexos”, aponta.
Usuárias são arredias e agressivas
Na avaliação da especialista em Saúde Mental Coletiva Keli Cristina Lautert,a maternidade é, muitas vezes, aliada na recuperação das usuárias de crack. No entanto, em sua experiência de uma década em Centros de Apoio Psicossocial (Caps), Keli afirma que a família e, mesmo os profissionais da saúde, buscam sempre atender a criança, deixando de lado a mãe. “Elas são arredias, sofrem preconceitos até em atendimentos, não fazem prénatal, ficam agressivas e têm crises paranóicas, dificultando a ajuda médica.”
Dificuldades no diagnóstico
As mudanças no comportamento dos recém-nascidos, filhos de usuárias de crack nem sempre são identificados imediatamente pelas equipes de saúde. ‘‘Muitas vezes os sintomas são confusos e é necessário, antes do diagnóstico de síndrome de abstinência, afastar a hipótese de a causa ser por alterações de glicose ou infecções, por exemplo’’, explica o médico Paulo Nader. Segundo o neonatalogista, as usuárias não costumam procurar ajuda médica durante a gestação e “nem sempre assumem para os profissionais que são dependentes químicas”. Nader afirma que isto torna o diagnóstico dos bebês ainda mais difícil.
Depressão e parada cardíaca
Além de problemas apresentados já no pós-parto, o coordenador da UTI Neonatal do HU Paulo Nader diz que quando a mãe está em um estágio muito avançado da dependência química, é comum o recém-nascido apresentar também sintomas de depressão. Isso, é claro, sem contar o alto risco de parada cardiorrespiratória. “Temos inúmeros casos em que precisamos fazer procedimentos de reanimação nos bebês.”
Problemas a longo prazo
Outro agravante provocado pelo uso de substâncias tóxicas durante a gravidez, segundo o médico, são as dificuldades de aprendizagem, que começam a aparecer um pouco mais tarde. “Quando realizamos os exames de rotina, logo após o nascimento, os bebês não costumam apresentar má- formação ou problemas neurológicos graves em consequência da droga. Estudos recentes apontam que, mais tarde, estes pequenos têm deficiência no aprendizado e podem vir a sentir mais desejo de experimentar a droga que outras pessoas.
Fonte: Diario de Noticias
BRASIL TEM DÉFICIT NA ENFERMAGEM
País empata com a Índia na segunda pior posição entre 40 nações industrializadas, com apenas 0,9 profissional de enfermagem para cada mil habitantes
Quando o assunto é o investimento na formação de enfermeiros, o Brasil possui a segunda pior posição entre os países industrializados. Para cada mil habitantes, existe apenas 0,9 enfermeiro, taxa semelhante à da Índia, e à frente apenas do Chile. Isso é o que revela estudo elaborado pela Organização e Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OECD na sigla em inglês) com 40 países – os 34 membros da instituição e seis emergentes.
A oferta de enfermeiros em relação à de médicos também coloca o país em último lugar na pesquisa, com 0,5 enfermeiro para cada médico, mesmo índice dos chilenos. A pesquisa, de 2009 e divulgada neste ano, leva em conta tanto os profissionais com graduação quanto aqueles que atuam como técnicos e auxiliares de enfermagem.
Para se ter um parâmetro, a Rússia, país com nível de desenvolvimento semelhante ao brasileiro, possui 8,1 enfermeiros por mil habitantes, e 1,9 enfermeiro para cada médico. Já a Índia e a China possuem índices um pouco acima, embora ainda baixos (veja gráfico). No primeiro item, a campeã é a Islândia, com taxa de 15,3 enfermeiros por mil habitantes, e no segundo, a Irlanda, com 5 enfermeiros para cada médico.
Déficit preocupante
A pesquisa da OECD reflete um déficit conhecido das associações e conselhos que reúnem os profissionais de enfermagem no país. De acordo com a presidente da seção paranaense da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) e secretária de saúde de Carambeí, nos Campos Gerais, Carmen Moura Santos, o Brasil necessitaria de pelo menos 350 mil profissionais a mais.
A falta é mais sentida em cidades do interior e nas regiões Norte e Nordeste, onde muitas vezes não há enfermeiros 24 horas por dia nos hospitais, ou então um mesmo enfermeiro assume mais de uma equipe ou é responsável por mais de uma unidade básica de saúde, o que é proibido por lei. “A distribuição é muito desigual, e em alguns locais esse índice [apresentado pela pesquisa] pode ser ainda menor, o que impacta na qualidade do serviço”, diz a enfermeira.
Pela lei, há diferenças entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Apenas o primeiro pode prescrever cuidados e é sempre o chefe da equipe, enquanto os demais podem executar os serviços, sempre sob a supervisão do enfermeiro. Cada equipe deve ter um enfermeiro, e deve haver sempre um profissional desta categoria à disposição 24 horas por dia.
Cuidados
A desigualdade na relação entre enfermeiros e médicos impacta negativamente na saúde, de acordo com o membro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) Antônio Marcos Freire. “O médico é responsável pelo diagnóstico e por indicar o tratamento, mas é o enfermeiro que prescreve os cuidados e tem maior contato com o paciente. Logo, se estão em menor número, essa parte fica comprometida.”
Freire dá um exemplo que ilustra bem os problemas decorrentes dessa desproporcionalidade, que envolve a hora de dar à luz. Geralmente, cabe ao médico fazer o parto, mas é o enfermeiro o responsável por acompanhar a parturiente e ajudá-la com procedimentos que aliviem a dor, como massagens, mudanças na posição do leito e técnicas de respiração. Com o déficit, é comum que muitas não tenham esse acompanhamento.
“O enfermeiro pode ajudar a mulher nesse momento de ansiedade, ajudando-a a fazer a força necessária e a economizar energia. Em casos em que ela é orientada de forma incorreta ou nem é orientada, é comum que não tenha forças para empurrar o bebê e acabe sendo necessária uma cesária, aumentando os risco de morte materna”, diz Freire.
Preconceito é histórico
Historicamente, a Enfermagem sempre foi vista como um ofício menor se comparado com a Medicina, embora ambas tenham papeis igualmente importantes na área de Saúde. “É uma questão de cultura. A Medicina é uma ciência mais antiga, e o status social do médico sempre foi maior do que o do enfermeiro. Isso começa a mudar, até porque é o enfermeiro que está 24 horas com o paciente, e as pessoas começam a valorizá-lo”, analisa a coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Evangélica, Amarilis Schiavon Paschoal.
Antônio Marcos Freire lembra que a Enfermagem também sofreu preconceitos por ser historicamente uma profissão feminina, já que o machismo quando essa ciência surgiu considerava inferiores os ofícios ligados ao gênero. Quando escolheu seguir a profissão, há 15 anos, ele sofreu resistência inclusive dos pais. “Havia a idéia de que a Medicina era para os homens e a Enfermagem para as mulheres, pela noção de subserviência que havia entre as duas funções, da enfermeira servindo ao médico.” “As pessoas sempre reclamam por mais médicos, pois elas querem consulta, querem tratar, tomar remédios, mas o que faltam mesmo são mais enfermeiros, que focam principalmente nos cuidados e na qualidade de vida através da prevenção”, diz a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem no Paraná, Carmen Moura Santos.
Velhice abre mais vagas
Num país com cada vez mais idosos, as oportunidades de trabalho para os enfermeiros se multiplicam. Os brasileiros com mais de 60 anos somam 19,5 milhões, mas devem chegar a 64 milhões em 2050, refletindo na oferta de postos de trabalho na área de cuidados domiciliares. Os filhos serão em menor número, o que exigirá alguém com conhecimento técnico para cuidar dessas pessoas em casa. Nesse momento entra em cena o enfermeiro.
A professora do Curso de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e mestre em Educação Ana Rotilia Erzinger explica que o enfermeiro pode atuar tanto na prevenção de doenças quanto nos cuidados com o idoso mais debilitado. Mas não se deve confundir o trabalho de enfermeiro com o de cuidador de idosos. “Somente o primeiro pode realizar procedimentos como manuseio de sondas e aplicação de injeções. O cuidador, geralmente um membro da família sem formação específica, é responsável por auxiliar o idoso em atividades da vida diária.”
A importância desse profissional em países que envelhecem é visível pela demanda de outras “nações idosas” que já recrutam enfermeiros no Brasil. Entre eles se sobressai o Canadá, onde 27% da população será idosa em 2030. A cidade de Quebec oferece curso de francês grátis e visto permanente para enfermeiros que queiram trabalhar por lá. (VP)
Valorização
Hospitais disputam os profissionais
Quem resolve seguir carreira na área de Enfermagem tem pela frente uma boa gama de opções quanto à área de atuação. Em relação aos estágios de formação, é possível optar pelos níveis médio e seguir a carreira de auxiliar de enfermagem ou técnico em enfermagem. Ou, ainda, concluir o ensino superior e se formar enfermeiro profissional, chamado antigamente de enfermeiro de alto padrão.
“O auxiliar é responsável por cuidar do paciente de menor complexidade, como aqueles que estão em enfermarias, apartamentos ou suítes. Os técnicos, que estão numa categoria acima dos auxiliares, podem cuidar dos que estão em UTIs ou pronto-socorros. Ambos são formados em escolas de enfermagem e têm formação téorica e prática”, explica a gerente de enfermagem do Hospital Evangélico, Ana Cláudia Giffhorn.
Em relação ao enfermeiro, que possui graduação em Enfermagem, é possível optar pelo cuidado direto com o paciente, em ambiente hospitalar, instituições de longa permanência (os antigos asilos) e empresas, ou então se especializar na área de administração (coordenando ou gerenciando equipes), de educação (dando aulas), pesquisa ou auditoria (uma espécie de avaliação sistemática do atendimento prestado).
Em muitos hospitais, de acordo com a enfermeira, o auxiliar ou técnico que opte pela graduação tem grandes chances de ser promovido. Esse profissional é muito valorizado, por iniciar a graduação – que proporciona o conhecimento científico – já com a experiência obtida no dia-a-dia.
Por causa do déficit de profissionais e da variedade de oportunidades, as instituições, em especial hospitais, costumam “competir” por profissionais, de acordo com Ana Cláudia. “A área é muito rica e sobram vagas. Isso permite que você deixe currículo em vários hospitais, que sofrem com essa falta. Isso permite escolher a melhor oferta em termos de condições de trabalho e salário.”
A gerente afirma, no entanto, que a remuneração ainda é um desafio e que, por isso, deve optar pela profissão quem realmente tem vocação. “Não se pode dizer que você irá ficar rico. O retorno é principalmente pessoal. Saber que você pode aliviar a dor de alguém e fazer diferente para cada paciente. Isso é algo muito emocionante.”
Fonte: COFEN – 04/01/2012
ALBERGUES NÃO SAEM DO PAPEL
Governo promete aprovar em fevereiro projeto de criação de casas de passagem para pacientes, uma promessa eleitoral
Com atraso de um ano, o projeto do governo estadual para a criação de albergues públicos voltados a pacientes do SUS ainda não saiu do papel. Durante a campanha eleitoral, Tarso Genro prometeu implantar as chamadas Casas de Solidariedade em pelo menos seis cidades-polo para tratamento de saúde, sendo que a intenção era fazer as três primeiras em 2011 – o que não aconteceu.
Procurado ontem por ZH, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, afirmou que a intenção é aprovar a proposta na Assembleia em fevereiro (leia ao lado). O projeto chegou a ser incluído no pacote apresentado aos deputados janeiro de 2011. Questionamentos da oposição levaram o Executivo a voltar atrás.
– Argumentamos que a ideia precisava ser melhor discutida e fomos atendidos. Não era ruim, mas tinha alguns buracos – afirma o deputado Paulo Borges (DEM).
Ao todo, segundo a deputada Marisa Formolo (PT), presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, foram feitas cerca de 10 audiências públicas sobre o tema, para colher sugestões da população. Além disso, secretários de Estado envolvidos diretamente no tema foram ouvidos pela comissão.
– Chegamos a um acordo. Ficou claro que as casas precisam ter critérios de seleção e dar prioridade aos pacientes mais pobres e que moram mais longe – ressalta Marisa.
Fonte de financiamento é cobrada pela oposição
O resultado das reuniões foi encaminhado à Casa Civil entre o fim de outubro e o início de novembro. Desde então, o projeto está parado, gerando descontentamento entre integrantes da Secretaria de Trabalho e Assistência Social. Agora, a intenção do governo é que o projeto finalmente volte à Assembleia. A aprovação é dada como certa, mas a oposição avalia o caso com cautela.
– O projeto apresentado em 2011 não passava de um protocolo de boas intenções, sem nenhum aprofundamento. Essa nova tentativa só vai dar certo se o governo conseguir estabelecer claramente algumas questões, como a fonte de recursos e quem será o responsável – adianta Giovani Feltes, líder da bancada do PMDB.
Fonte: ZERO HORA
BANCOS E TELEFONIA LIDERAM QUEIXAS NO PROCOM EM 2011
A exemplo de anos anteriores, bancos e operadoras de telecomunicações foram os campeões nacionais de reclamações de consumidores nos Procons em 2011, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça.
Do total de 1,6 milhão de atendimentos realizados pelos Procons no ano passado, 81.946 ocorrências diziam respeito ao grupo Itaú, seguido por Oi (80.894), Claro-Embratel (70.150), Bradesco (45.852) e Tim (27.102).
De acordo com o documento, os problemas mais recorrentes enfrentados pelos consumidores no Brasil são relacionados a cartões de crédito (9,21%), telefonia móvel (7,99%), serviços bancários (7,26%), telefonia fixa (5,56%) e aparelhos celulares (5,44%).
Além disso, 35,46% das queixas dizem respeito a cobranças indevidas ou com informações insuficientes, enquanto 19,99% tratam de ofertas não realizadas. Outros 11,62% das reclamações estão relacionados a contratos não cumpridos e 11,19%, a denúncias de má qualidade em produtos e serviços prestados.
Fonte: Agência Estado
domingo, 15 de janeiro de 2012
ENCERRANDO CICLOS
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão
Autor:Fernando Pessoa
SE OS TUBARÕES FOSSEM HOMENS
Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais.
Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo.
Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões.
Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.
Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.
Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.
Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.
As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos
Da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.
Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.
A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos .
Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida.
Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros.
Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante.
Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
Autor: Bertold Brecht
Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo.
Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões.
Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.
Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.
Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.
Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.
As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos
Da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.
Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.
A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos .
Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida.
Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros.
Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante.
Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
Autor: Bertold Brecht
A REVOLUÇÃO DOS BICHOS
A Revolução dos Bichos - filme completo - YouTube
15 nov. 2011 ... A Revolução dos Bichos - filme completo. hugoc3. Subscribe Subscribed
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A REVOLUÇÃO DOS BICHOS
Sentindo chegar sua hora, Major, um velho porco, reúne os animais da fazenda para compartilhar de um sonho: serem governados por eles próprios, os animais, sem a submissão e exploração do homem. Ensinou-lhes uma antiga canção, Animais da Inglaterra (Beasts of England), que resume a filosofia do Animalismo, exaltando a igualdade entre eles e os tempos prósperos que estavam por vir, deixando os demais animais extasiados com as possibilidades.
O velho Major faleceu três dias depois, tomando a frente os astutos e jovens porcos Bola-de-Neve e Napoleão, que passaram a se reunir clandestinamente a fim de traçar as estratégias da revolução. Certo dia Sr. Jones, então proprietário da fazenda, se descuidou na alimentação dos animais, fato este que se tornou o estopim para aqueles bichos. Deu-se a Revolução.
Sob o comando dos inteligentes e letrados porcos, os animais passaram a chamar a Quinta Manor de Quinta dos Animais pt / Granja ou Fazenda dos Bichos br, e aprenderam os Sete Mandamentos, que, a princípio, ganhava a seguinte forma:
1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.
7. Todos os animais são iguais.
Para os animais menos inteligentes, os porcos resumiram os mandamentos apenas na máxima "Quatro pernas bom, duas pernas ruim" que passou a ser repetido constantemente pelas ovelhas. Após a primeira invasão dos humanos, na tentativa frustrada de retomar a fazenda, Bola-de-Neve luta bravamente, dedica todo o seu tempo ao aprimoramento da fazenda e da qualidade de vida de todos, mas, mesmo assim, Napoleão o expulsa do território, alegando sérias acusações contra o antigo companheiro. Acusações estas que se prolongam por toda história, mesmo após o desaparecimento de Bola-de-Neve, na tentativa de encobrir algo ou mesmo ter alguma explicação para os animais para catástrofes, criando-se um mito em torno do porco que, a partir daí, é considerado um traidor.
Napoleão se apossa da idéia de Bola-de-Neve de construir um moinho de vento para a geração de energia, mesmo havendo feito duras críticas à imaginação do companheiro, e inicia a sua construção. Algum tempo depois, os porcos começam a negociar com os agricultores da região, recusando a existência de uma resolução de não contactar com os humanos, apontando essa idéia como mais uma invenção de Bola-de-Neve. Os porcos passam ainda a viver na antiga casa de Sr. Jones e começam a modificar os mandamentos que estavam na porta do celeiro:
4.Nenhum animal dormirá em cama com lençóis
5. Nenhum animal beberá álcool em excesso.
6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.
O hino da Revolução é banido, já que a sociedade ideal descrita, segundo Napoleão já teria sido atingida sob o seu comando. Napoleão é declarado líder por unanimidade. As condições de trabalho se degradam, os animais recebem novo ataque humano e já não se lembram se na época em que estavam submissos ao Sr. Jones era mesmo pior, mas lembravam-se da liberdade proclamada, e eram sempre lembrados por sábios discursos suínos, principalmente os proferidos por Garganta, um porco com especial capacidade persuasiva. Napoleão, os outros porcos e os agricultores da vizinhança celebram, em conjunto, a produtividade da Quinta[5] dos Animais. Os outros animais trabalham arduamente em troca de míseras rações. O que se assiste é um arremedo grotesco da sociedade humana.
O slogan das ovelhas fora modificado ligeiramente, “Quatro pernas bom, duas pernas melhor!”, pois agora os porcos andavam sobre as duas patas traseiras. No final, os animais, ao olhar para dentro de casa, já não conseguem distinguir os porcos dos homens.
domingo, 8 de janeiro de 2012
A ÁGUIA E A GALINHA
"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro
para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o
no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas.
Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um
naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
– Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
– De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não
é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de
quase três metros de extensão. – Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um
coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como
águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem
alto e desafiando-a disse:
– Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra,
então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente
ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será
sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurroulhe:
-Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi
para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um
coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram
a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de
uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra,
abra suas asas e voe !
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não
voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que
seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau
das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou... voou.. até confundir-se com o azul do
firmamento... "
E Aggrey terminou conclamando:
– Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e
semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E
muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos
águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos.
Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem
aos pés para ciscar.
fonte:Do livro a Águia e a Galinha-Leonardo Boff
O ANEL DE TUCUM É SÍMBOLO DA " IGREJA DOS POBRES"
Nós anos 80 quando eu trabalhava no hospital cristo redentor aqui em Porto Alegre, isto já fazem uns 30 anos atrás tinhamos um grupo de auxiliares e tecnicos de enfermagem que usavamos uns anéis de ouro que eram fabricados pela um amigo em comum chamado:Celson frança.
Entre os amigos que usavam recordo alguns: Antonio Amaral(que ainda trabalha lá)Pedro Cesar de Oliveira, Vilmar Brião,Dimi, e eu.Mas aqueles tempos eram de muitas lutas, muitas greves e uma vontade muito grande de mudar o país, e por que não mudar o mundo.Logicamente que isto não se daria com a facilidade que nos na época jovens com muita coragem e muita força de vontade e disposição para a luta imaginavamos.
Ocorre que então na última de muitas greves que ocorreram no périodo que durou 30 dias e que o hospital Cristo redentor ficou com 8 pacientes. A greve se encerra com 130 demissões.As circustancias em que ocorre estes fatos foram muito chocantes e também muito triste. Nunca irei esquecer o dia 29 de setembro de 1988. Hoje relembro aquele periodo com muito orgulho se tivesse de fazer faria tudo de novo sei que dei a minha pequena contribuição para varias mudanças que ocorreram depois. Bem mas voltando ao anel aqueles anéis de ouro fazia parte de minha passagem pelo hospital cristo redentor e camaradagem que tinhamos entre nos.Com a demissão tirei o anel e deixei guardado em casa durante um periodo que eu já nem recordo. Em 1991 já trabalhando na Sprigger Carrier do Nordeste no municipio de canoas conheci uma funcionaria que foi ser atendida na enfermaria que usava este anel escuro e me contou o porque? A História me emocionou e a partir daquele encontro eu assumi está causa que me tornou muito mais feliz e muito mais forte.
Abaixo vou reproduzir um texto da igreja sobre os Anéis de tucum leiam e se possível assistam o filme no you tube. Um Abraço a todos.
Muitos nos perguntam o que significa este anel preto que utilizamos nas mãos, e por isso resolvemos escrever este post.
Primeiramente, este anel preto chama-se “anel de tucum”. Tucum é o nome de uma palmeira da amazônia, da qual sua madeira, é utilizada para fazer este anel.
O anel de tucum é um símbolo usado por aqueles/as que acreditam no compromisso preferencial das Igrejas com os pobres. Também um símbolo de solidariedade que está nas mãos de muita gente de norte a sul do nosso país e também nas mãos de várias pessoas de nossa América Latina e da Europa, que lutam pela justiça e se engajam em pastorais sociais (das igrejas cristãs especialmente), entidades, movimentos sociais e ONG´s que lutam a favor dos que são explorados pelo capitalismo selvagem.
Na época do Império, quando o ouro era usado em grande escala entre os opressores, principalmente nos anéis, os negros e os índios não tendo acesso ao ouro, criaram o ANEL DE TUCUM como símbolo de pacto matrimonial, símbolo de amizade entre si e também de resistência na luta por libertação. Era símbolo clandestino cuja linguagem somente eles sabiam. O anel de tucum agregava os oprimidos, em busca de vida, mesmo no meio de tanta opressão.
O objetivo é resgatar este compromisso e denunciar as causas da pobreza. Este é o compromisso simbolizado nesta aliança, já que tanto no Antigo quanto no Novo Testamento os profetas e apóstolos afirmam a fidelidade de Deus aos pobres e oprimidos. A aliança de tucum é o sinal desta fidelidade, deste compromisso.
Além da Bíblia, a opção pelos pobres é testemunhada também por toda a tradição da Igreja, principalmente na América Latina, a partir do Concílio Vaticano II e das Conferências dos Bispos em Puebla e Medelin. Esta opção é a essência mesmo da vida cristã porque está ligada à imitação da vida de Cristo. Mas esta opção não é apenas uma responsabilidade individual. Neste momento da história, ela implica um compromisso social que está ligado à partilha e acesso à propriedade dos bens absolutamente necessários à vida. Deus está do lado dos pobres porque Deus ama os pobres. Por isso o cristão é chamado a seguir este mesmo exemplo de amor e opção preferencial que tenta promover a dignidade humana. No pobre revela-se o rosto do próprio Deus (Mt 25,40).
No filme “Anel de Tucum”, Dom Pedro Casaldáliga explica assim o sentido desta aliança: “(…) Este anel é feito a partir de uma palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as suas conseqüências. Você toparia usar o anel? Olha, isso compromete, viu? Muitos, por causa deste compromisso foram até a morte (…)”.
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