Gilmar França

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sábado, 7 de novembro de 2009

O TEMPO E O SENHOR DA RAZÃO

Já dizia o poeta Ferreira Gullar:

A historia humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes presidenciais.

Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostibulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros nas esquinas.

Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição á vida, e só e justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não tem voz.

Os últimos acontecimentos em Santo Antonio da Patrulha me trouxe a lembrança o texto que transcrevi acima , ão transcrevelo lembrei a musica:

Na virada do século
Alvorada voraz
Nos aguardam exércitos
Que nos guardam da paz.

A face do mal
Um grito de horror
Um fato normal
Um êxtase de dor e medo de tudo

Medo de nada
Medo da vida
Assim engatilhada
Fardas e força
Forjam as armações
Farsas e jogos
Armas de fogo
Um corte exposto
Em seu rosto, amor

Nesse mundo assim
Vendo esse filme passar
Assistido ao fim
Vendo o meu tempo passar

Apocaliticamente
Como num clip de ação
Um "clic" seco,um revólver
Aponta em meu coração

O caso Morel, o crime da mala
Coroa-Brastel, o escândalo das joias
E o contrabando
Um bando de gente
Importante envolvida
Juram que não
Torturam ninguém
Agem assim
Para o seu próprio bem
São tão legais
São foras da lei
E sabem de tudo
O que eu não sei.

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